Os ataques nas últimas semanas aos quadros do pintor francês Claude Monet, em exposição no Museu Barberini de Potsdam, cidade a sul de Berlim, e do pintor neerlandês Vicent Van Gogh, em exposição na National Gallery, em Londres, ações de protesto contra a inação dos governos contra a crise climática, não passaram despercebidos em Portugal, com vários museus a assumirem estar atentos à situação.
Ao SAPO24, a Fundação Calouste Gulbenkian, que durante várias décadas foi detentora da Partex, companhia petrolífera vendida em 2019 à tailandesa PTTEP, diz que "está atenta à situação", preferindo, no entanto, "por razões óbvias", não divulgar publicamente os protocolos de segurança interna.
Também o Museu de Serralves, no Porto, explica que "desde a sua abertura, adotou rígidos protocolos de segurança que periodicamente e de forma sistemática são revistos e adaptados a circunstâncias excecionais que possam antecipar-se".
Já o Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT), em Lisboa, explica que “o museu não tomou medidas extra face a estes atos em específico, mas tem, de forma permanente, equipas de segurança e vigilância de forma a minimizar eventuais percalços no espaço expositivo. Estas equipas trabalham em conjunto com a produção das exposições para adaptarem estas medidas de segurança às especificidades de cada projeto expositivo".
Fonte oficial do MAAT explica ainda que o museu "tem, na sua missão e práticas de programação, uma atenção constante às questões derivadas das urgentes questões climáticas e uma ação interventiva permanente na defesa do planeta através dos meios que a arte, os artistas e os projetos pedagógicos associados nos permitem desenvolver".
Tanto no caso do protesto levado a cabo na Alemanha, pelo grupo Lezte Generation (Última Geração, em português) com puré de batata, como a ação no Reino Unido, pelo grupo Just Stop Oil, com sopa de tomate em lata, os quadros, ambos protegidos por um vidro, não ficaram danificados.
O grupo Última Geração exige à classe política que tome medidas efetivas para limitar as alterações climáticas, já o movimento Just Stop Oil quer que o Governo britânico decrete o fim imediato de qualquer novo projeto de petróleo ou gás.
Recorde-se também que em julho, ativistas do Just Stop Oil colaram-se à moldura do quadro “A Última Ceia”, de Leonardo da Vinci, na Royal Academy of Arts de Londres, e ao quadro “The Hay Wain”, de John Constable, na National Gallery.
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