Antes do início da audição do presidente da Promovalor, Luís Filipe Vieira, que decorre hoje na Assembleia da República, Fernando Negrão, presidente da Comissão Eventual de Inquérito Parlamentar às perdas registadas pelo Novo Banco e imputadas ao Fundo de Resolução, levou a decisão dos deputados uma outra questão.

“Antes de iniciarmos a audição, eu queria pôr à consideração da comissão a remessa das declarações do senhor engenheiro António João Barão e do senhor doutor Bernardo Moniz da Maia para o Ministério Público e pergunto se algum dos senhores deputados se opõem”, questionou Fernando Negrão.

Sem votos contra nem abstenções, o presidente da comissão de inquérito afirmou que estas declarações, em audições que decorreram ambas em 30 de abril, serão então enviadas para o Ministério Público.

A audição de Bernardo Moniz da Maia, grande devedor do Novo Banco, terminou em 30 de abril, com críticas dos deputados às “falhas de memória” e “poucos esclarecimentos”, tendo o empresário assumido a responsabilidade moral da dívida, mas assegurando “boa-fé”.

O empresário admitiu, nessa audição na comissão de inquérito do Novo Banco, ser detentor ou beneficiário de várias sociedades em paraísos fiscais, como as Ilhas Virgens Britânicas ou o Panamá.

A deputada do PS Isabel Oneto, vice-presidente da comissão que assumiu a presidência durante boa parte da audição, uma vez que Fernando Negrão teve que se ausentar, viu-se obrigada a intervir, durante a inquirição da bloquista Mariana Mortágua, para recordar ao empresário as regras deste tipo de comissão.

“Vejo-me obrigada a recordar que isto é uma comissão de inquérito e que se rege pelas regras do processo penal, em que não presta juramento, mas é obrigado a responder com verdade. Vejo-me obrigada neste ponto a recordar estas regras”, avisou.

No final, Isabel Oneto encerrou os trabalhos e transmitiu aquilo que foi dado a entender por muitos dos deputados ao longo da audição.

“Houve poucos esclarecimentos (…) Há bastantes falhas de memória relativamente aquilo que era o objeto das questões. Analisaremos essa situação”, enfatizou.

Da parte da manhã, numa outra audição, o empresário António João Barão, gerente de várias sociedades imobiliárias utilizadas na venda da carteira de crédito malparado Viriato, do Novo Banco, rejeitou hoje no parlamento ter qualquer ligação ao fundo que as comprou.

“Só tive conhecimento do cliente dessa sociedade de advogados [Morais Leitão] na altura do contrato de cessão de quotas, cliente esse com o qual nunca tive qualquer ligação ou afinidade. E desconheço em absoluto, nem tinha de conhecer, os negócios ou atividades futuras que essas sociedades iriam fazer, é só isso que tenho a dizer”, afirmou na sua intervenção inicial António João Barão, na audição de hoje da comissão de inquérito ao Novo Banco.

A meio da audição, Fernando Negrão (PSD), recordou o humorista Herman José e o ‘sketch’ “eu é mais bolos”, para instar António João Barão a ser “mais afirmativo nas suas respostas”, de forma a que os deputados não ficassem com mais dúvidas.

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