“Foram encontrados quatro corpos. São descobertas macabras e difíceis”, disse o ministro dos Assuntos Urbanos e Habitação, Oliver Klein, durante uma conferência de imprensa no local.

Hoje de manhã, um terceiro cadáver foi retirado dos escombros depois de terem sido encontrados os dois primeiros corpos na noite passada.

As identidades das quatro vítimas mortais ainda não foram divulgadas.

Segundo as autoridades, quatro pessoas continuam dadas como desaparecidas, após a derrocada do edifício no centro de Marselha, numa zona onde se concentram bares e restaurantes.

“Ainda resta a esperança de se encontrar eventuais sobreviventes”, disse hoje o autarca da segunda maior cidade francesa, Benoît Payan.

Uma centena de elementos das equipas de resgate, apoiados por cães, aparelhos aéreos não tripulados (drones) e sondas térmicas mantêm a operação sendo que o incêndio que provocou a derrocada ainda está ativo em algumas zonas.

“O fogo não atingiu todas as partes (do prédio), há esperança de que ainda haja pessoas vivas”, disse o comandante do corpo de bombeiros marítimos de Marselha, vice-almirante Lionel Mathieu, referindo-se a uma “batalha contra o tempo”.

O presidente da Câmara disse durante a noite que “a dor e a tristeza eram grandes”, quando os bombeiros anunciaram ter retirado dois corpos dos escombros do edifício de apartamentos situado no nº 17 da rua Tivoli.

O prédio de cinco apartamentos desabou após uma enorme explosão.

Dominique Laurens da Procuradoria de Marselha disse no domingo à noite que entre os desaparecidos se encontravam “pessoas de uma certa idade e um jovem casal de cerca de trinta anos de idade.

A Procuradora acrescentou que “não se encontravam crianças ou menores” no interior do edifício.

Hoje, a Agência France Presse refere que o colapso deste edifício, localizado numa zona residencial perto das ruas mais movimentadas de Marselha, causou um novo choque, numa cidade marcada – nas últimas semanas – por uma série de tiroteios mortais relacionados com tráfico de estupefacientes e que provocaram a morte de vários jovens, em bairros socialmente desfavorecidos.

Por precaução, cerca de 200 pessoas foram retiradas dos edifícios próximos do prédio atingido pelas chamas.

As associações de pais e professores do centro de Marselha, assim como residentes locais mobilizaram-se para oferecer alojamento, vestuário e apoio psicológico às pessoas que foram obrigadas a abandonar os locais onde moram.

A Câmara Municipal de Marselha organizou um processo de alojamento e um centro de acolhimento familiar, com apoio psicológico, para os parentes das pessoas desaparecidas.

Entretanto, as autoridades já iniciaram um inquérito para investigar a causa da explosão que terá provocado a derrocada do prédio sendo que a causa mais provável pode estar relacionada com uma fuga de gás.

“Sentimos um forte odor a gás que permaneceu e que ainda hoje de manhã se sente”, disse à France Press, Savera Mosnier, um residente de uma rua próxima.

Em 2018 um incêndio em dois imóveis degradados na mesma área da cidade provocou a morte a oito pessoas, mas a autarquia e a Procuradoria notam que o fogo de sábado “foi diferente” porque atingiu um edifício “que se encontrava em condições”.