Numa carta enviada ao ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, e hoje divulgada, o presidente do Conselho Intermunicipal do Alentejo Litoral, Vítor Proença, afirma existirem "situações de funcionamento" na Unidade Local de Saúde que "suscitam as maiores preocupações", receando "que se encontre em causa a garantia de determinadas valências".
"Neste momento, a Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano regista novamente situações de funcionamento que nos suscitam as maiores preocupações e, com base no conhecimento de que dispomos, nos levam a recear que se encontre em causa a garantia de determinadas valências e a prestação dos cuidados de saúde a uma população de aproximadamente 98 mil habitantes", pode ler-se na carta.
Em causa, segundo a Comunidade Intermunicipal do Alentejo Litoral (CIMAL), de que fazem parte os concelhos de Alcácer do Sal, Grândola, Santiago do Cacém, Sines e Odemira, está "a atual realidade da Unidade Local de Saúde, da prestação de cuidados primários e hospitalares, bem como a funcionalidade dos cuidados paliativos".
Vítor Proença, também presidente da Câmara de Alcácer do Sal, lembra que, "numa audiência ocorrida em novembro do ano passado, os autarcas e a equipa do ministro da Saúde acordaram a realização de reuniões semestrais de avaliação, acompanhamento e discussão das medidas de melhoria da prestação dos cuidados de saúde na sub-região".
Na semana passada, o presidente da Câmara Municipal de Santiago do Cacém, Álvaro Beijinha, também tinha solicitado uma reunião com o secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado, por estar preocupado com a "falta de recursos humanos" no Hospital do Litoral Alentejano (HLA), que alegou pôr em causa "os cuidados paliativos e de convalescença".
Num comunicado enviado à agência Lusa, o autarca explicou que o pedido de reunião surgiu "na sequência da tomada de conhecimento da existência de graves problemas na Unidade Local de Saúde, em particular no HLA, nomeadamente por falta de recursos humanos".
O autarca indicou que a situação lhe foi "confirmada pelo presidente do conselho de administração da Unidade Local e Saúde, Luís Matias", e exige que sejam tomadas "medidas efetivas e urgentes" para resolver a situação.
O presidente do município de Santiago do Cacém alegou ainda, no documento enviado à agência Lusa, que a Unidade Local de Saúde é "subfinanciada em relação a outras regiões do país", com o "segundo rácio mais baixo de financiamento por habitante" a nível nacional.
Também as Comissões de Utentes do Litoral Alentejano, num comunicado remetido hoje à agência Lusa, alegam que a situação constitui uma "tentativa de encerramento de diversos serviços no HLA", devido "à carência de profissionais de saúde".
Os representantes dos utentes pedem ao Governo para "travar o processo", contratando "em número suficiente" profissionais de saúde "para colmatar a grave carência".
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