A proposta foi hoje subscrita pela Comunidade Intermunicipal (CIM) Terras de Trás-os-Montes, numa reunião em Mirandela, no distrito de Bragança, e resulta de um ação articulada entre várias organizações de municípios da região norte que pretende ver esta possibilidade inserida no Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território (PNPOT).
O PNPOT está em discussão pública até sexta-feira e os municípios vão fazer chegar à tutela esta reivindicação, como adiantou hoje Artur Nunes, presidente da CIM Terras de Trás-os-Montes, que congrega nove municípios do distrito de Bragança.
O autarca justificou que “tem havido um desinvestimento ao nível ferroviário” no norte do país, com o Governo central a anunciar investimentos novos na ferrovia apenas para o centro e sul.
“Acho que tem de haver este rasgar de todo o norte através de uma rede ferroviária que nos ligue também ao centro da Europa, a Espanha, e que seja também uma opção ao nível das mercadorias, dos transportes e que seja também uma mobilidade entre territórios”, argumentou.
O presidente da CIM enfatizou que não é preciso “um TGV [comboio de alto velocidade] mas uma ferrovia que aproxime territórios, populações e cidades”.
“Se conseguirmos esta reivindicação, com certeza estaremos mais ricos porque é uma forma de atrair investimento para o território e atrair gente”.
Os autarcas não falam em traçados, nem em datas de execução, vincando que o importante é que a nova ferrovia conste do plano nacional.
Artur Nunes exemplificou alguns benefícios, apontando que “entre as Terras de Trás-os-Montes e o Porto distam 250 quilómetros”, o que “numa ferrovia corresponde a uma hora e numa estrada a três horas”.
“Poupamos aqui duas horas”, salientou, observando que esta é a oportunidade de reivindicar esta proximidade do Interior com o Litoral”.
A lista de reivindicações das Terras de Trás-os-Montes incluiu ainda mais infraestruturas como a ligação das estradas IP2 e IC5 a Espanha, as ligações entre concelhos, a melhoria dos aeródromos regionais e municipais e a criação de bases logísticas para as empresas.
As mesmas vão ser entregues a nível central porque os autarcas entendem que “as grandes necessidades para o território não constam” deste plano de ordenamento.
Para Artur Nunes, o documento que está em discussão foi “muito pouco construído do terreno para o plano nacional”.
As prioridades que vão apresentar ao PNPOT vão ser também a base do plano estratégico regional que a CIM vai começar a elaborar com as “grandes orientações e investimentos para o futuro no território”.
Comentários