Em comunicado, a CNJP, órgão dependente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), recorda as palavras do Papa Francisco na encíclica Fratelli tutti, na qual convida “a revalorizar a política, que é uma sublime vocação, é uma das formas mais preciosas da caridade, porque busca o bem comum”.
“É verdade que o exercício da atividade política muitas vezes se distancia deste modelo de serviço ao bem comum para que apontam o Papa Francisco e os papas seus antecessores, e que isso contribui para o desinteresse e o ceticismo em relação à política da parte de muitas pessoas”, reconhece a CNJP, alertando, no entanto, que “a omissão de participação, a qualquer nível, é uma demissão do exercício da cidadania, não ajuda a alterar esse estado de coisas”.
Para este órgão, “é sempre possível fazer algo para o alterar, para além da crítica inconsequente. O voto informado e consciente é o primeiro passo nesse sentido. A ele se devem seguir outros, de responsabilização dos eleitos e sempre numa linha de exercício de uma cidadania ativa”.
Considerando que “o poder local é o que mais próximo está das pessoas e dos problemas concretos que marcam o seu quotidiano”, a Comissão presidida Pedro Vaz Pato lembra que isso foi verificado “na experiência recente da pandemia, em que o cuidado e a proximidade se revelaram essenciais para atenuar o sofrimento de muitos e em que as autarquias locais foram instrumento fundamental na concretização do programa nacional de vacinação”.
“Também por isso, assumem particular relevância estas eleições. E é também junto das autarquias locais que mais direta e facilmente pode ser exercida a cidadania ativa: através de iniciativas, propostas e críticas construtivas, sempre em prol do bem comum”, acrescenta em comunicado.
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