"Depende daquilo que essas maiorias façam", disse Jerónimo de Sousa, argumentando que durante os últimos anos, com a `troika´ estrangeira e a `troika´ nacional, havia uma "ampla maioria para realizar a política de direita, para realizar a politica dos PEC e do pacto de agressão", sublinhando a oposição a "maiorias direcionadas para fazerem mal ao povo e ao país".
"Nós temos a consciência de que o povo de Almada, pelo trabalho realizado - esse é que é o grande teste, essa é que é a grande prova - por aquilo que a CDU fez neste concelho e no país, temos a certeza de que a população vai reforçar a votação na CDU", contrapôs o líder comunista, convicto de que as maiorias absolutas da CDU têm sido melhores do que as de outras forças políticas.
Jerónimo de Sousa falava aos jornalistas durante uma ação de rua em Almada - sempre acompanhado pelo presidente e candidato da CDU à Câmara Municipal, Joaquim Judas -, em que foi confrontado com as críticas da candidata do BE Joana Mortágua às maiorias absolutas da CDU nas câmaras municipais, recordando uma frase antiga em que o próprio Jerónimo de Sousa considerava que não se deviam passar "votos em branco" (dar maiorias absolutas aos governos).
"Aquilo que nós dissemos em relação a uma maioria absoluta com uma política de direita, que era negativa, como aliás foi demonstrado ao longo de quase 40 anos. Questão diferente é termos nas autarquias - aquilo que acontece em Almada - o reforço da CDU, para resolvermos os problemas da população de Almada", frisou o dirigente do PCP.
Questionado sobre o documento elaborado por um grupo de economistas, incluindo o deputado do PS Paulo Trigo Pereira, que recomenda escolhas claras a toda a esquerda, considerando que desbloquear carreiras, baixar o IRS e aumentar as pensões, "tudo ao mesmo tempo é alquimia", Jerónimo de Sousa disse que o PCP e a CDU já fizeram as suas escolhas.
"Nós consideramos que a vida provou, nestes últimos dois anos, que o caminho certo é o da reposição de rendimentos e de direitos, de corresponder a aspirações legítimas [dos portugueses] e que o caminho próximo é continuar a desenvolver essa reposição de rendimentos e direitos", disse.
"Os avanços que se conseguiram na economia resultam, fundamentalmente, desses avanços, do aumento do poder de compra dos trabalhadores, dos reformados e dos pensionistas. A questão da devolução de direitos parece-nos a nós que é inevitável", acrescentou o líder comunista.
Só há serviço público com trabalhadores bem pagos
"Não há escola pública, museus, pavilhões desportivos nem recolha de lixo feitos numa lógica de serviço público sem trabalhadores valorizados e bem remunerados", afirmou Jerónimo de Sousa num almoço-comício com mais de 250 trabalhadores da autarquia local.
Reafirmando as "provas dadas" ao longo dos anos pela CDU, que junta comunistas, ecologistas e independentes, o líder do PCP voltou a sublinhar a importância das próximas eleições locais no sentido de "dar mais força" aos partidos que compõem a coligação em termos nacionais, a fim de influenciar mais a governação.
"Os trabalhadores sabem que podem contar com a CDU, que mais CDU significará mais avanços neste caminho em que estamos empenhados para defender, repor e conquistar direitos", prometeu.
Jerónimo de Sousa referiu-se também às negociações em curso com o Governo socialista sobre o Orçamento do Estado para 2018: "também estamos a lutar para ter mais força para as muitas batalhas que temos pela frente".
"Mais força à CDU para prosseguir o combate à precariedade no trabalho", pediu.
Palmela é uma das 11 autarquias que sempre foram lideradas por coletivos comunistas, desde há 40 anos, tal como Almada, Arraiolos, Avis, Castro Verde, Moita, Montemor-o-Novo, Mora, Santiago do Cacém, Seixal e Serpa.
"Provámos ser gente séria a que aqui está na CDU, lutando pelos direitos, com uma só palavra, honrando a palavra dada, sempre do lado certo, do lado dos trabalhadores, seus interesses e direitos", reforçou.
A CDU recandidata o atual presidente da Câmara Municipal de Palmela, Álvaro Amaro, que venceu há quatro anos, após a anterior edil, Natureza Vicente, ter excedido o limite de mandatos.
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