“O Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) está atento ao caso de alerta alimentar proveniente da Coreia do Sul, que produziu ovos contaminados com o pesticida fipronil. De acordo com os registos de importação e quarentena de produtos alimentares, Macau não importou ovos provenientes da Coreia do Sul no corrente ano”, refere o comunicado.

Segundo a informação disponibilizada, atualmente Macau importa ovos da China, Estados Unidos, Malásia, Tailândia, Japão, Nova Zelândia, Dinamarca e Austrália.

As autoridades da Coreia do Sul anunciaram hoje que detetaram ovos contaminados com o pesticida fipronil numa quinta e proibiram temporariamente a produção nas explorações agrícolas com mais de três mil aves.

O Ministério da Agricultura, Alimentação e Assuntos Rurais sul-coreano informou que alguns ovos testaram positivo à presença de fipronil numa quinta em Namyangju, a leste de Seul.

Desconhece-se que proporção do produto estava contaminado, sabendo-se apenas que a quinta, que conta com cerca de 80 mil galinhas poedeiras, produz cerca de 25 mil ovos por dia.

O Ministério decretou a proibição de produção para quintas com mais de três mil aves, até que seja finalizada uma inspeção de fundo, informou a agência noticiosa sul-coreana Yonhap.

A Coreia do Sul teve de restringir a venda de ovos produzidos no seu território, devido ao surto de gripe aviária detetado desde 2016, que obrigou à importação de países como a Austrália, Nova Zelândia, Dinamarca, Holanda, Tailândia e Espanha.

Após o anúncio de hoje, três dos principais retalhistas sul-coreanos (Homeplus, E-Mart e Lotte Mart) anunciaram a suspensão da venda de ovos até que se conheçam os resultados da inspeção.

O pesticida fipronil, de uso proibido em galinhas, gerou alarme na Europa, após ter sido divulgado que foi usado na Bélgica e na Holanda, e depois de terem sido detetados produtos contaminados em 17 países.

Segundo especialistas, o fipronil representa um risco de intoxicação “muito improvável” para humanos. Tendo em conta os níveis máximos detetados na Bélgica e Holanda, uma pessoa teria de consumir milhares de ovos contaminados ao longo da vida para sofrer efeitos adversos.

Em resposta à agência Lusa, o IACM disse que “apesar de Macau não ter importado ovos provenientes da Holanda no corrente ano, nada impede que se reforce os trabalhos de controlo e inspeção de ovos e restantes produtos avícolas, não só aqueles oriundos da Europa, como de outras origens”.

“Neste caso, aquando da importação de ovos e produtos avícolas, o IACM aumentou a recolha de amostras e análises, com especial foco nos produtos provenientes da Europa. As referidas amostras estão em processo de análise laboratorial. A par disso, o IACM continua em contacto com as autoridades europeias para solicitar informações de inspeção sanitária mais pormenorizadas e continuar ao corrente da situação”, acrescentou.