“Eu acho, em primeiro lugar, que o acordo é absolutamente obrigatório. O Ministério da Saúde e o governo têm que, definitivamente, tomar as medidas certas para resolver o problema que está neste momento a acontecer de forma mais gravosa no Serviço Nacional de Saúde [SNS]”, disse Carlos Cortes a propósito do retomar das negociações entre o Ministério da Saúde e os sindicatos representativos dos médicos na quinta-feira.
No final de uma vista ao Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos, no distrito do Porto, Carlos Cortes referiu que há condições de trabalho que estão em cima da mesa e a que o Ministério da Saúde tem de atender.
“Eu acho que, neste momento, o governo e o Ministério da Saúde não têm alternativa a não ser apresentar soluções concretas para serem adotadas”, considerando que as negociações já duram há “demasiado tempo” e que por causa disso os impactos no SNS são “desastrosos”.
Sobre o que falta para chegar a um acordo entre sindicatos dos médicos e governo, o bastonário sublinhou que falta responsabilidade e competência da parte do Ministério da Saúde.
Segundo o responsável, “o governo não se pode demitir da sua responsabilidade porque o país não pode esperar, dado que neste momento é emergente resolver os problemas do SNS”.
Na sexta-feira, o Ministério da Saúde anunciou que vai retomar as negociações com os sindicatos representativos dos médicos em 23 de novembro, após pedidos dos dirigentes sindicais para o recomeço imediato de conversações.
A ronda negocial contará com a presença do ministro da Saúde, Manuel Pizarro, e do secretário de Estado da Saúde, Ricardo Mestre, anunciou o Ministério da Saúde em comunicado.
Previamente, na terça-feira, o secretário de Estado da Saúde receberá os sindicatos para uma reunião técnica dedicada a dois novos temas: regulamentação das Unidades de Saúde Familiar e dos Centros de Responsabilidade Integrados.
O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e a Federação Nacional dos Médicos (Fnam) têm exigido o retomar das negociações com a tutela, por considerarem que o Governo está em plenitude de funções e que não deve empurrar os problemas do SNS para o próximo executivo.
A última reunião entre o Ministério da Saúde e os sindicatos médicos estava agendada para dia 8 de novembro, mas foi cancelada na sequência do primeiro-ministro, António Costa, ter pedido a demissão.
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