O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, recebeu ao longo desta manhã, na sede do partido, em Lisboa, os bastonários da Ordem dos Médicos e da Ordem dos Enfermeiros, tendo para terça-feira marcadas reuniões com o sindicato dos enfermeiros e Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares.
O último encontro de hoje foi com Carlos Cortes que, em declarações aos jornalistas no final, lamentou o facto de os problemas do SNS serem “um pouco imunes às intervenções que têm existido nestes últimos anos”, desde logo aos “sucessivos aumentos do Orçamento do Estado”.
“Tivemos recentemente uma reforma das unidades locais de saúde, tivemos um plano estratégico, tivemos um conjunto de medidas mais recentes (as várias linhas telefónicas), mas depois aquilo que nós constatamos é que, no concreto, na vida das pessoas, continuamos a ter problemas”, apontou.
Segundo o bastonário da Ordem dos Médicos, “o plano de contingência da direção executiva do SNS para este inverno não está a produzir os resultados desejados”.
“Nós temos pessoas a viver muitas vezes em situações perfeitamente desumanas”, criticou, referindo-se às longas horas de espera nos serviços de urgência.
Para Carlos Cortes, “não tem havido coragem de fazer uma verdadeira transformação do SNS”, apontado o dedo aos atores políticos por não tomarem “medidas que são difíceis”.
“Ou há uma visão nova para o SNS ou infelizmente nós vamos continuar nesta rampa descendente que o SNS tem demonstrado nestes últimos anos”, avisou.
A primeira reunião tinha sido com a Ordem dos Enfermeiros e o bastonário Luís Filipe Barreira disse jornalistas o encontro que “correu muitíssimo bem”, apontando que um dos tópicos fundamentais foi “a escassez crónica de enfermeiros no Serviço Nacional de Saúde”.
“O relatório que foi produzido em dezembro de 2023 ainda pelo Governo do PS dava conta da falta de 14 mil enfermeiros no Serviço Nacional de Saúde e, portanto, nós entendemos que é importante que o atual Governo faça um levantamento das necessidades urgentes”, propôs.
Luís Filipe Barreira defendeu que com este levantamento seja feito “um planeamento de contratação a curto, médio e longo prazo”, para o qual é necessária uma “política de recursos humanos que permita valorizar, fixar e reter estes profissionais de saúde no Serviço Nacional de Saúde”.
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