No encerramento das Jornadas Parlamentares do BE, que terminaram hoje em Aveiro, Pedro Filipe Soares foi questionado sobre os recentes desenvolvimentos em relação à TAP, depois de o ministro das Finanças, Fernando Medina, ter revelado que o processo de privatização da companhia aérea TAP irá “em breve” ao Conselho de Ministros.

“Esta decisão de reprivatização parece tomada em cima do joelho, sem qualquer tipo de justificação, sem qualquer tipo de critério, contra tudo o que foi defendido pelo Governo e apenas com um propósito, que é uma empresa que foi salva com dinheiro público, que agora começa a dar lucros, ser entregue a privados para os privados lucrarem com ela”, criticou.

Segundo o líder parlamentar do BE, esta é uma situação semelhante ao que aconteceu com a banca, quando o dinheiro dos contribuintes foi usado “para limpar os buracos dos privados e depois entregaram novamente aos privados para lucrar”.

“Estamos a ver agora isso com a TAP, com a destruição deste vetor estratégico da empresa e novamente com a entrega a privados depois do dinheiro público ter sido usado para salvaguardar os destinos da empresa. É inaceitável e inconcebível”, condenou.

Na análise de Pedro Filipe Soares, há dois tópicos que “aparentemente o PS quer gerir em paralelo ou de forma articulada” com a comissão de inquérito sobre a companhia aérea e que os bloquistas, proponentes deste inquérito, querem “dissociar plenamente”.

“Por um lado, a Inspeção-Geral de Finanças e a investigação que está a fazer não tem a ver com a comissão de inquérito. (…) Outra matéria que também para nós não é relacionada, mas que percebemos que o PS o quer relacionar é a privatização da TAP”, disse.

O bloquista reiterou as críticas a esta privatização, recordando que o primeiro-ministro, António Costa, disse que esta “era uma empresa estratégica”.

“Disse-o em 2016, 2017, quando fez o processo de nacionalização parcial da empresa, reafirmou-o quando, em 2020, fez o processo de nacionalização total da empresa. É por nós incompreensível que, em pouco mais de dois anos, se mude de forma tão drástica de opinião porque nós continuamos a considerar a TAP estratégica no que significa para a economia nacional e no que significa para o acesso ao país”, acrescentou.

Pedro Filipe Soares assegurou que o partido vai lutar contra a privatização da empresa, mas reiterou que a comissão de inquérito não é o instrumento para o fazer.

“A comissão de inquérito não está nem dependente da auditoria da Inspeção Geral de Finanças, nem dependente de tal consulta ao mercado que o Governo quer fazer e nós não aceitaremos o repto do atual ministro das Infraestruturas de não fazermos as perguntas que consideramos que são necessárias fazer em função de uma privatização que é lesiva para os interesses do Estado e a qual nós combateremos”, sintetizou.

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