Em declarações aos jornalistas, junto ao Marquês de Pombal, a dirigente do Bloco de Esquerda Catarina Martins defendeu que a apreciação parlamentar do decreto do Governo, no próximo dia 16 de abril, “servirá para encontrar um modo de contar integralmente o tempo de serviço dos professores ainda que de forma faseada, como os próprios professores entendem, que tem de ser”.
A deputada sublinhou que o parlamento poderá forçar o Governo a contar todo o tempo de serviço “se todos os partidos forem consequentes com o que votaram no Orçamento do Estado e se não recuarem perante aquilo que disseram, se não tiverem nenhuma hipocrisia”.
Para o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, “é tempo de resolver este problema, um problema de fundo” e a apreciação parlamentar do decreto do Governo, no próximo dia 16, será o momento para “desbloquear uma situação inaceitável e insuportável”.
“O PSD ainda é uma incógnita no seu posicionamento e nas suas propostas, mas a questão central é o Partido Socialista e o Governo do PS que tem de corresponder àquilo que hoje é cada vez mais claro para os portugueses, que os professores têm razão”, disse o secretário-geral do PCP, depois de cumprimentar vários dirigentes sindicais na primeira fila da manifestação, a descer a Avenida da Liberdade.
Catarina Martins e Jerónimo de Sousa consideraram que o regime adotado nas regiões, que contempla a contagem integral do tempo de serviço mas de forma faseada, é uma bom princípio e que poderá ser aplicar a nível nacional.
"Uma questão central é esta disponibilidade por parte de os professores negociarem quatro ou cinco anos, (para uma contagem faseada do tempo se serviço) o que é que o Governo quer mais para concretizar este direito?", questionou Jerónimo de Sousa.
Associando-se igualmente à manifestação dos professores, a deputada do PEV Heloísa Apolónia apontou igualmente o próximo dia 16 de abril como decisivo para “fazer justiça e corresponder à expetativa dos professores” e de outras carreiras especiais para a contabilização de todo o tempo de serviço para efeitos de progressão na carreira.
“Não consideramos minimamente justo que haja dois regimes em Portugal. Um em que seja contado todo o tempo de serviço, na Madeira e nos Açores, e depois os professores do continente não tenham essa possibilidade”, declarou.
Para Heloísa Apolónia, a manifestação de hoje "é uma demonstração de grande convicção e de grande força relativamente a uma reivindicação muito justa por parte dos professores", acrescentando esperar que "os partidos no próximo dia 16 sejam coerentes com aquilo que andam a dizer, designadamente aos professores, e que aprovem a contagem de todo o tempo de serviço".
O protesto de hoje é organizado pelas dez estruturas sindicais que durante mais de um ano tentaram negociar, sem êxito, a recuperação do tempo de serviço, segundo fonte sindical.
O decreto do Governo que será apreciado dia 16 de abril no parlamento prevê a contagem de dois anos, nove meses e 18 dias de serviço, considerado "um roubo" pelo secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira.
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