“Quando manifestantes pacíficos são afastados por ordem do Presidente, a partir da varanda da casa do povo, a Casa Branca, usando gás lacrimogéneo e granadas de fumo, para organizar uma operação de comunicação em frente a uma igreja, temos o direito de pensar que o Presidente está mais preocupado com o poder do que com princípios”, deverá dizer hoje Biden, num discurso em Filadélfia, de acordo com trechos fornecidos aos jornalistas.

Biden considera que Trump “está mais interessado em servir as suas bases de apoio do que as necessidades daqueles de quem deveria cuidar”, referindo-se à postura que o Presidente tem tido perante as manifestações que há uma semana se multiplicam por dezenas de cidades norte-americanas contra a morte de George Flyod, um afro-americano que morreu sob custódia policial, no dia 25, em Minneapolis.

No discurso que hoje fará em Filadélfia, uma cidade fortemente afetada pela violência de algumas das manifestações, Biden dirá que a morte de Floyd foi “um choque elétrico” para os EUA, criticando o aproveitamento político que Trump tem feito da situação.

“Prometo-vos uma coisa: não manipularei o medo e a divisão. Não provocarei as brasas do ódio. Procurarei curar as feridas raciais que atormentam este país há muito tempo. Não as usarei para vantagens políticas”, serão palavras de Biden, no comício marcado para hoje à noite.

O candidato presidencial democrata tem denunciado o “racismo institucional” que existe nos EUA, condenando todas as formas de violência e criticando as mensagens presidenciais que, na sua opinião, têm inflamado ainda mais os espíritos dos norte-americanos.

George Floyd, um afro-americano de 46 anos, morreu em 25 de maio, em Minneapolis (Minnesota), depois de um polícia branco lhe ter pressionado o pescoço com um joelho durante cerca de oito minutos numa operação de detenção, apesar de Floyd dizer que não conseguia respirar.

Desde a divulgação das imagens nas redes sociais, têm-se sucedido os protestos contra a violência policial e o racismo em dezenas de cidades norte-americanas, algumas das quais foram palco de atos de pilhagem.

Pelo menos quatro mil pessoas foram detidas e o recolher obrigatório foi imposto em várias cidades, incluindo Washington e Nova Iorque, mas diversos comentários do Presidente norte-americano, Donald Trump, contra os manifestantes têm intensificado os protestos.

Os quatro polícias envolvidos no incidente foram despedidos, e o agente Derek Chauvin, que colocou o joelho no pescoço de Floyd, foi detido, acusado de assassínio em terceiro grau e de homicídio involuntário.

A morte de Floyd ocorreu durante a sua detenção por suspeita de ter usado uma nota falsa de 20 dólares (18 euros) numa loja.

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