Numa declaração para evocar o 106º aniversário do início daquele massacre, que ocorre hoje, Joe Biden tornou-se no primeiro Presidente dos EUA a reconhecer formalmente o que aconteceu como genocídio, algo que seus antecessores evitaram para não colocar em causa a aliança com Ancara.

O dia 24 de abril marca o início dos massacres de arménios pelo Império Otomano, em 1915.

A Turquia recusa o termo "genocídio" e rejeita qualquer sugestão de extermínio, citando massacres recíprocos num cenário de guerra civil e fome que provocou centenas de milhares de mortes em ambos os lados.

Apesar de anos de pressão da comunidade arménia nos Estados Unidos, nenhum Presidente norte-americano ousou irritar Ancara, um aliado histórico de Washington e membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO).

O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, já reagiu à declaração de Joe Biden.

Erdogan denuncia a "politização por terceiros" do debate sobre a questão do genocídio arménio e adianta que a Turquia não recebe lições de ninguém sobre a sua história.

Joe Biden e Recep Tayyip Erdogan concordaram reunir-se em junho, paralelamente à cimeira da NATO, em Bruxelas.
Enquanto a conversa entre os dois líderes foi anunciada, na capital da Arménia cerca de 10.000 pessoas marcharam para assinalar o massacre durante a I Guerra Mundial.

A multidão, carregando tochas, marchou do centro de Erevan até ao memorial dedicado às vítimas, com alguns manifestantes a entoarem canções patrióticas enquanto outros tocaram tambores, relataram jornalistas da agência France Presse no local.

Três dezenas de países, incluindo Portugal, e muitos historiadores classificam o massacre como um genocídio, termo rejeitado com firmeza pela Turquia.