“A legitimação que tem o discurso racista com a eleição de deputados de extrema-direita cria uma onda que é favorável a este tipo de atos violentos. E é por isso que é tão importante combater o racismo e combater o racismo significa não só condenar estes atos, não só puni-los de forma exemplar, mas admitir e enfrentar o problema”, afirmou Mariana Mortágua.
Falando aos jornalistas durante uma visita ao Mercado Agrícola do Santo da Serra, no concelho de Santa Cruz, na Madeira, a coordenadora bloquista acrescentou que “há um problema de racismo em Portugal, há um passado colonial com o qual Portugal vai ter de lidar”.
“Falar sobre o racismo, assumir que ele existe, é a melhor forma de começarmos a combatê-lo e certamente teremos de ter sempre tolerância zero a este tipo de ataques violentos e criminosos que não podem ser permitidos no nosso país”, reforçou.
Mariana Mortágua referiu ainda que o passado “deixou marcas no presente e uma dessas marcas é o racismo, que durante muito tempo esteve ocultado”.
Na madrugada de sexta-feira, a PSP foi alertada cerca da 01:00 para uma agressão no Campo 24 de agosto, no Porto, contra dois imigrantes por um grupo de quatro ou cinco homens que fugiu antes da chegada dos agentes, especificou o porta-voz da polícia, indicando que os dois agredidos foram assistidos no Hospital São João.
Cerca de 10 minutos mais tarde, na Rua do Bonfim, 10 imigrantes foram atacados, na habitação onde estavam, por um grupo de 10 homens, munidos com paus e, alegadamente, com uma arma de fogo, o que a PSP ainda não conseguiu confirmar, referiu a mesma fonte.
Ainda segundo o porta-voz, pelas 03:00, na Rua Fernandes Tomás, outro imigrante foi também agredido, por outros suspeitos, sendo que um deles usava uma arma de fogo.
Na sequência destas agressões, seis homens foram identificados e um foi detido por posse de arma ilegal, tendo sido presente a tribunal e ficado em prisão preventiva.
Dada a suspeita de existência de crime de ódio, o assunto transitou para a Polícia Judiciária.
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