“La Paz viveu uma noite de terror protagonizada por delinquentes, dirigentes e militantes que destruíram bens que pertencem a todos”, lamentou hoje Luis Revilla, opositor de Evo Morales, que no domingo renunciou ao cargo de Presidente da Bolívia.
Os distúrbios aconteceram depois do anúncio de Evo Morales, numa declaração gravada que foi divulgada na televisão.
A autarquia de La Paz anunciou que, pelo menos, 64 autocarros municipais sofreram danos, cerca de um terço da frota, depois de ter sido lançado fogo às garagens onde as viaturas estavam estacionadas.
Registaram-se igualmente ataques a estabelecimentos comerciais e habitações na zona sul da cidade.
O Hospital de La Portada, um dos mais modernos da cidade, também foi atacado, com os manifestantes a lançarem pedras.
O teleférico, um dos principais meios de transporte em La Paz, teve de parar devido aos distúrbios.
O presidente da Câmara de La Paz pediu “calma à população” e que colabore com a polícia.
Estabelecimentos comerciais, esquadras de polícia e algumas fábricas também foram atacados em El Alto, a segunda maior cidade da Bolívia e um dos bastiões políticos de Evo Morales.
A polícia já assegurou que irá retomar o controlo das ruas das cidades mais afetadas pela violência.
Evo Morales renunciou ao cargo de Presidente da República da Bolívia no domingo, após quase 14 anos no poder, numa declaração transmitida pela televisão do país.
Morales demitiu-se depois de os chefes das Forças Armadas e da polícia da Bolívia terem exigido que abandonasse o cargo para que a estabilidade e a paz possam regressar ao país.
A Assembleia Legislativa da Bolívia recebeu hoje a carta de renúncia de Evo Morales, em que o Presidente diz esperar que o seu gesto evite mais violência e permita “paz social” no país que governou durante 13 anos.
A Bolívia sofre uma grave crise desde a proclamação de Evo Morales como Presidente para um quarto mandato consecutivo nas eleições de 20 de outubro, uma vez que a oposição e os movimentos da sociedade civil alegam que houve fraude eleitoral.
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