“Mantemos contacto com a China. Não há problema com a China”, disse Bolsonaro nos portões da sua residência oficial, o Palácio da Alvorada, em Brasília, após ser questionado sobre uma discussão na rede social Twitter indiciada pelo seu filho Eduardo Bolsonaro, que envolveu o embaixador chinês no Brasil, Yang Wanming.
Questionado sobre se considera a China culpada pela pandemia, Bolsonaro não quis responder, mas lembrou que o novo coronavírus teve origem em Wuhan, na China.
“Não manifesto a minha opinião sobre esse assunto. Vocês têm dito e escrito constantemente que esse vírus nasceu em Wuhan, na China. Esse assunto é página virada, não existe problema com a China”, afirmou o Presidente brasileiro.
A polémica surgiu na última quarta-feira após uma publicação de Eduardo Bolsonaro na rede social Twitter, na qual insinuou que a China ocultou informações sobre a verdadeira origem da Covid-19 e classificou o país asiático como uma ditadura.
O diplomata chinês reagiu ao comentário usando a mesma rede social e disse que o filho do Presidente brasileiro parecia ter contraído um “vírus mental” e exigia uma “retratação” e um “pedido de desculpas”, que não chegou.
Em vez disso, na discussão, também via Twitter, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, interveio, afirmando num comunicado que a reação do embaixador chinês era “desproporcional” e “inaceitável”, e considerou que era uma “ofensa” para o próprio chefe de Estado brasileiro.
“Já comuniquei ao embaixador chinês a insatisfação do Governo brasileiro com o seu comportamento. Esperamos uma retratação das suas publicações ofensivas ao chefe de Estado”, disse Araújo depois de o embaixador chinês ter compartilhado uma publicação na qual se dizia que a família Bolsonaro “é um veneno para o Brasil”.
Mais tarde, o embaixador e Eduardo Bolsonaro excluíram essas publicações, no que parecia ser a primeira tentativa de esquecer o assunto.
Face à situação, o Presidente Bolsonaro enfatizou hoje que estas controvérsias já são “uma página virada” e insistiu que “não há problemas nas relações com a China”.
O país asiático é o principal parceiro comercial do Brasil desde 2009 e uma das principais fontes de investimento estrangeiro na economia brasileira.
O Brasil, com uma população de 210 milhões, registou até agora seis mortes e tem 621 casos confirmados de infeção pela Covid-19.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, infetou mais de 250 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 10.400 morreram.
Das pessoas infetadas, mais de 89.000 recuperaram da doença.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se já por 182 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
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