“Acabei de receber um telefonema do Presidente Putin. Um dos assuntos mais importantes que tratámos aqui foi a possibilidade de virmos a receber a vacina Sputnik, daquele país. Logicamente, dependemos ainda de resolver alguns entraves aqui, no Brasil, e estamos ultimando o contacto com as demais autoridades (…), sobre como podemos, efetivamente, importar essa vacina”, disse Bolsonaro, num vídeo partilhado nas redes sociais após a reunião.
“Esperamos, inclusive, caso seja aprovada a vacina Sputnik, que possamos vir a produzi-la no Brasil”, acrescentou o chefe de Estado brasileiro.
Ao longo da conversa com Putin, Bolsonaro esteve acompanhado pelos ministros da Relações Exteriores, Carlos Alberto França, da Saúde, Marcelo Queiroga, da Secretaria-Geral, Onyx Lorenzoni, e pelo diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa, órgão regulador brasileiro), António Barra Torres.
Coube a Barra Torres informar que uma equipa da Anvisa viajará até à Rússia para inspecionar as fábricas de produção da Sputnik e dos seus consumíveis.
“Temos a confirmação do envio da nossa missão de vigilância sanitária à Rússia, já com o ‘ok’ da Rússia nesse sentido, para que possamos efetuar a inspeção nas instalações de produção, tanto de insumos, quanto da própria vacina”, afirmou Barra Torres.
O diretor-presidente também informou que o embaixador da Rússia no Brasil, Alexey Kazimirovitch Labetskiy, irá visitar as instalações da Anvisa, em Brasília, esta semana.
Bolsonaro considerou a reunião “muito produtiva” e disse esperar resolver em breve os entraves que impedem a autorização da vacina.
Foi “uma conversa muito produtiva. Se Deus quiser, brevemente estaremos resolvendo essa questão da vacina Sputnik. No momento, agradeço ao Presidente Putin pela maneira como tratou esse assunto com o Brasil”, concluiu Bolsonaro no vídeo, após a conversa telefónica.
A Sputnik V ainda não tem autorização para uso de emergência no Brasil. O pedido foi feito pela empresa brasileira União Química, parceira do Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF), mas ainda está a ser analisado pela Anvisa.
Contudo, governadores de pelo menos 11 estados brasileiros já pediram a importação de mais de 66 milhões de doses desse imunizante.
De acordo com a Secretaria Especial de Comunicação da Presidência brasileira, os dois chefes de Estados abordaram ainda o comércio entre os dois países e a cooperação na indústria de Defesa e em ciência e tecnologia.
“O Presidente Bolsonaro enfatizou a necessidade de que mais frigoríficos brasileiros sejam liberados para exportação àquele país”, acrescentou a Secretaria de Comunicação.
O Brasil, que atravessa o seu momento mais critico na pandemia e cuja campanha de vacinação avança lentamente, totaliza 332.752 óbitos e 13.013.601 diagnósticos de infeção desde que o primeiro caso foi registado no país, há cerca de 13 meses.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.862.002 mortos no mundo, resultantes de mais de 131,7 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
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