"É nosso objetivo às primeiras horas do dia de amanhã [quarta-feira] iniciarmos as operações de drenagem, utilizando as bombas e toda a capacidade instalada", afirmou José Ribeiro, num encontro com jornalistas, no quartel dos bombeiros de Borba, distrito de Évora, onde fez o balanço da atividade operacional no dia de hoje.
Desta forma, acrescentou o responsável, "com a drenagem dos dois planos de água das pedreiras", a Proteção Civil acredita que terá "condições para operar e, essencialmente, fazer o reconhecimento com maior qualidade de todo o espaço".
“Esta montagem do sistema de drenagem revelou-se uma operação muito morosa e demorada”, tendo havido necessidade de utilizar “as gruas disponíveis para colocar, quer as bombas, quer os geradores, no fundo da pedreira”, assinalou.
As operações vão ser suspensas cerca das 22:00 de hoje e retomadas entre as 07:30 e as 08:00 de quarta-feira, adiantou à agência Lusa o comandante operacional.
O balanço aponta para dois mortos confirmados e três desaparecidos, que as autoridades suspeitam terem sido vítimas do deslizamento de terras para as pedreiras.
Segundo José Ribeiro, o corpo retirado hoje à tarde, perto das 14:50, da pedreira atingida pelo deslizamento de terra e pelo colapso do troço da estrada que liga Borba e Vila Viçosa, foi o “do operador da máquina” que trabalhava na empresa de extração de mármore.
Esta noite, no local, ainda está em curso “uma operação” para tentar “detetar o segundo trabalhador” da pedreira, ou seja, a segunda vítima mortal confirmada.
“Estamos a trabalhar no plano de água da primeira pedreira e estamos a concluir a instalação daquilo que são as motobombas e os geradores” de energia, disse o CODIS.
A eletricidade, cortada desde segunda-feira, está “praticamente restabelecida em todo o perímetro” da zona em que decorrem as operações, estando apenas a ser realizados “alguns trabalhos” nesse sentido “na própria pedreira”, que deverão ficar “concluídos até final do dia de hoje”, indicou.
O comandante distrital de operações de socorro frisou aos jornalistas que, das informações de que dispõe de momento, “duas viaturas terão sido arrastadas com o deslizamento de massas”, no conjunto das quais “se supõe que possam estar três pessoas”, que são os desaparecidos.
José Ribeiro adiantou que, ao longo do dia, “a evolução da operação” confirmou “as dificuldades” previstas, ou seja, “um perímetro muito instável”, “com elevado perigo de deslizamento de massas”, com a situação a ser “agravada” pela “precipitação que ocorreu durante a tarde”.
No local mantêm-se cerca de 50 operacionais, apoiados por 30 viaturas, acrescentou o comandante distrital de operações de socorro de Évora.
[Notícia atualizada às 22:26]
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