“Não há nenhum número que indique necessidade de ‘lockdown’ [quarentena] ou de retroceder na flexibilização que já foi feita”, disse Bruno Covas, prefeito e candidato à reeleição, acrescentando que “não há segunda onda na cidade” e que “há uma estabilidade na pandemia”.

Dados divulgados no Brasil nos últimos dias colocaram as autoridades em alerta sobre a possibilidade de partes do país registarem uma segunda onda de contágios por covid-19, assim como ocorre na Europa.

Segundo um levantamento apresentado pelo secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido, numa conferência de imprensa, ao lado de Bruno Covas, a rede pública da capital tem 45% de ocupação das camas de cuidados intensivos para a covid-19, enquanto a rede privada tem 76% de ocupação.

“O comportamento da pandemia em São Paulo e no Brasil é diferente do que foi no resto do mundo, ainda estamos no primeiro processo, com variações constantes de óbitos e internações. Não dá para dizer que estamos em uma segunda onda”, defendeu Aparecido.

O governo do estado de São Paulo informou hoje que todos os hospitais públicos e privados do estado não poderão desmobilizar camas de terapia intensiva e enfermarias destinadas ao tratamento da covid-19, nem marcar novas cirurgias eletivas, ou seja, que não sejam urgentes.

“A elevação da curva promove a necessidade de medidas estratégicas. Há um agravamento”, disse o secretário de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn.

O secretário de Saúde também disse que é preciso avaliar com cautela os novos dados que apontam para um aumento de diagnósticos positivos de covid-19 e pediu à população que coopere e mantenha as medidas de distanciamento social.

O Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar o segundo número de mortos (mais de 5,9 milhões de casos e 167.455 óbitos), depois dos Estados Unidos da América.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.350.275 mortos resultantes de mais de 56,2 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.