Esta posição foi transmitida por Eurico Brilhante Dias em declarações aos jornalistas no parlamento, momentos depois de Joaquim Miranda Sarmento ter considerado que o ministro das Finanças, Fernando Medina, “não tem autoridade política” para continuar no executivo.
Uma declaração que o líder parlamentar do PSD proferiu pouco depois de Fernando Medina ter anunciado que pediu para ser ouvido pela Procuradoria-Geral da República no âmbito do processo que motivou na terça-feira a realização de buscas na Câmara de Lisboa, embora desconheça “em absoluto” a investigação em curso.
Na resposta, Eurico Brilhante Dias considerou que a intervenção de Joaquim Miranda Sarmento “em nada abona a favor da democracia portuguesa”, sobretudo ao procurar passar a ideia de que o assunto relativo ao ministro das Finanças não é uma questão jurídica ou judicial, mas, sim, política.
“Eu acrescentaria, política, mas da política da suspeição. Perante uma circunstância de uma investigação em que não há arguidos, em que há disponibilidade do ministro para prestar esclarecimentos como é devido e perante as declarações do Presidente da República [Marcelo Rebelo de Sousa], - ainda hoje disse que numa investigação não só não há arguidos, como não se sabe o desenlace da investigação -, o PSD, que quer um dia voltar a ter responsabilidades políticas, alinha na política da suspeição”, acusou.
O presidente da bancada socialista advertiu depois que essa “política da suspeição alimenta o populismo e alimenta a extrema-direita parlamentar, que só quer a degradação do sistema político”.
Joaquim Miranda Sarmento “prestou um péssimo serviço à democracia”, quando o país “precisa de políticas, designadamente, como o Governo fez dando mais meios à Polícia Judiciária para investigar”.
“Mas o país não precisa que políticos responsáveis, que querem defender a democracia, alinhem na primeira oportunidade pelo populismo mais rasteiro, que apenas alimenta um ambiente de degradação, o qual somente aproveita os inimigos da democracia”, reforçou.
Interrogado se o PS não está a ser confrontado com casos a mais, Eurico Brilhante Dias referiu-se ao caso das investigações na Câmara de Lisboa e na TAP.
“Na quarta-feira, ficou claro pela presidente do Conselho de Administração da TAP que nunca contactou o Ministério das Finanças, corroborando as afirmações do ministro das Finanças”, assinalou.
Em relação às investigações na Câmara de Lisboa, o líder da bancada do PS salientou que Fernando Medina “não é arguido, há uma investigação e [o ministro das Finanças] manifestou disponibilidade para prestar as declarações, como são devidas, quando for entendido pelas entidades que investigam”, acrescentou.
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