“A posição da Câmara Municipal de Estarreja, em sede de consulta pública do Estudo de Impacto Ambiental (EIA), foi pela adoção da ‘alternativa zero’ atendendo aos fortes, negativos e permanentes impactes no território do concelho de Estarreja, seja em termos sociais, ambientais ou económicos, e essa posição mantém-se”, refere a autarquia, em nota enviada à Lusa.

Em reação à Declaração de Impacte Ambiental agora emitida, o executivo municipal admite fazer “uma análise mais aturada e técnica”, mas garante o seu apoio a todos os munícipes “que veem as suas vidas impactadas negativamente por este projeto, reafirmando a defesa dos seus interesses, mantendo-se sempre ao seu lado, e dos interesses do concelho".

A APA deu parecer favorável condicionado ao traçado Porto-Aveiro da futura linha de alta velocidade ferroviária até Lisboa, implicando a demolição de mais de 100 casas, segundo a Declaração de Impacto Ambiental (DIA).

"Ponderando os impactes negativos identificados, na generalidade suscetíveis de minimização, e os impactes positivos significativos perspetivados, emite-se decisão favorável condicionada", pode ler-se na DIA emitida.

Com a decisão, a APA condiciona o parecer favorável à adoção de alternativas de traçado específicas, nomeadamente as alternativas de traçado 1.3 ILAB (interligação com a Linha do Norte A-B) no trecho 1 (percorre os concelhos de Oliveira do Bairro, Aveiro, Albergaria-a-Velha, Estarreja, Oliveira de Azeméis) e a alternativa 2.4 no trecho 2 (percorre Estarreja, Oliveira de Azeméis, Ovar e Santa Maria da Feira).

De acordo com a síntese do projeto, para garantir o serviço de alta velocidade na atual estação de Aveiro foi necessário criar uma ligação à Linha do Norte, na zona de Canelas, concelho de Estarreja, que permita a ligação de e para norte entre a Linha do Norte e a Linha de Alta Velocidade.

Esse “desvio” do TGV pela Linha do Norte em Canelas articula-se com a ligação à Linha do Norte em Oiã, de modo a garantir as ligações norte e sul, respetivamente, à estação de Aveiro atual.

O traçado proposto procura “seguir o mais possível junto aos corredores das principais vias rodoviárias, as autoestradas A1 e A29, por serem zonas “já perturbadas pelo mesmo tipo de infraestrutura, e onde também se tenta com isso, afastar o projeto das zonas mais habitadas dos concelhos”.