“Começámos a tomar medidas já há alguns meses, sobretudo reduzindo os gastos [de água] no espaço público, em particular nos relvados”, e é preciso, agora, “passar a uma 2.ª fase”, em que há que “apelar a uma maior participação da população” na poupança de água, afirmou o autarca.
Em declarações à agência Lusa, à margem do Encontro Nacional de Entidades Gestoras de Água e Saneamento (ENEG), que arrancou hoje em Évora, Carlos Pinto de Sá revelou que o município “vai apertar ainda mais os consumos supérfluos de água, de forma a salvaguardar a necessidade da água para consumo humano”.
“Estávamos a reduzir as regas, as lavagens de espaços públicos e admitimos a possibilidade de cortar por completo esse tipo de utilização” apesar de, em alguns casos, terem sido encontradas “soluções alternativas” que permitem que esteja a ser utilizada “água que não é da rede pública”, referiu.
Outras medidas de médio/longo prazo estão, igualmente, a ser preparadas, segundo o autarca, e passam por “estudar e propor investimentos na rede, quer ao nível da água, quer ao nível do saneamento, ou recuperar origens de água que foram descontinuadas ao longo do tempo, mas que, hoje, são necessárias”.
A reativação do Aqueduto da Água de Prata e das suas origens de água é “um dos grandes projetos” com que o município quer avançar, para que “essa água possa ser usada para outros usos que não aqueles que decorrem da rede pública”.
Trata-se de um processo “algo demorado”, porque o aqueduto “praticamente não teve assistência durante muitos anos”, mas já está a ser feito o levantamento completo de toda a extensão do equipamento: “Estamos agora a ver o que precisamos de fazer para essa reposição da água por via do aqueduto e os usos que lhe hão de ser dados”.
A câmara vai também reunir, nos “próximos dias”, com grandes consumidores de água do concelho, nomeadamente com instituições, como o Hospital do Espírito Santo ou a Universidade, e com empresas, que “têm um gasto muito significativo de água”.
O objetivo passa por, em conjunto, precisou, encontrar “planos de emergência para reduzir substancialmente o gasto de água”.
Ainda assim, com a albufeira do Monte Novo, que abastece o concelho, com 33% de reserva da água, Carlos Pinto de Sá não antevê “grandes problemas” no imediato, porque existe “água suficiente para o abastecimento às populações nos próximos meses” ou até, previsivelmente, “para o próximo ano”, pelo que “não há necessidade de racionamento e muito menos de cortes”.
“Mas nada é garantido e, portanto, qualquer agravamento desta situação pode trazer-nos problemas, às vezes até pontuais”, como o que o autarca admitiu que está a acontecer agora, com a água da rede a apresentar cheiro e sabor a cloro.
Carlos Pinto de Sá admitiu que esta situação está relacionada com “a necessidade de aumentar o cloro para garantir a qualidade da água”, mas tal “não afeta a saúde pública” e tudo deverá ficar regularizado “nos próximos dias”.
Uma campanha de sensibilização para a poupança de água, promovida pelo município, vai também arrancar no terreno “na próxima semana”, dirigida aos habitantes e a grupos específicos de consumidores, como as grandes instituições e empresas, adiantou ainda o autarca.
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