"Os pátios e vilas podem ser uma boa solução para responder às situações de habitação", disse Paula Marques durante uma reunião da comissão de Ordenamento do Território, Urbanismo, Reabilitação Urbana, Habitação e Desenvolvimento Local da Assembleia Municipal de Lisboa.

A autarca, que falava sobre "a problemática da habitação em Lisboa", acrescentou que esta medida poderia beneficiar "quem lá vive e que não tem um olhar específico para a reabilitação" como permitir a fixação de novos habitantes, através dos programas municipais de habitação.

Em declarações à agência Lusa no final do encontro, Paula Marques precisou que mandou fazer um estudo - e que está a aguardar os resultados - para ver, dentro dos pátios e vilas existentes, "quais têm viabilidade para responder aos vários segmentos de procura e à ambição que a autarquia tem de resposta".

"Tenho consciência de que aquilo que não for viável, não é viável. Aquilo que for viável de reabilitar, aqui estaremos para o fazer", assinalou.

A autarca recordou que, "historicamente, a concentração de pátios e vilas é em Campolide, Campo de Ourique e em Marvila".

Pela cidade, existem outros locais semelhantes, como na freguesia de São Vicente, mas alguns são geridos por privados.

Durante a reunião, Paula Marques recusou que a autarquia se foque apenas na "habitação de emergência social", salientando que o município deve "olhar de forma transversal" para a questão.

Por isso, enumerou, o projeto que a autarquia tem para o bairro municipal 02 de Maio, onde quer colocar jovens através do já existente programa da Renda Convencionada, que visa o arrendamento de fogos municipais com rendas inferiores às praticadas habitualmente.

Falando à Lusa, Paula Marques vincou que "a entrada de gente nova num bairro como o bairro 02 Maio é positiva".

Ainda assim, admitiu que existe uma "grande contestação à medida" por munícipes que entendem que se está a tirar o lugar a famílias carenciadas.

"É óbvio que eu não vou fazer a ocupação total dos fogos do bairro de 02 de Maio [com jovens] sem ter em consideração as necessidades que a população que já lá vive tem, naquilo que é o enquadramento legal", assegurou.

A audição de Paula Marques deveu-se à petição "Pelo fim dos despejos de famílias em situação de carência económica", que entrou no início de abril na Assembleia Municipal de Lisboa, com 429 assinaturas.

No documento, os peticionários sublinham que "na lista de espera anual para habitação a preços sociais estão milhares de pessoas".

Ao mesmo tempo, frisam que a autarquia tem vindo a fazer despejos "sem que seja analisada devidamente a situação do agregado" e que "muitas outras famílias em vários bairros de Lisboa estão em vias de serem despejadas".

Através da petição, os signatários pretendem acabar com estes casos, apelando ao "desenvolvimento de novas soluções de habitação a preços sociais".

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