“Finalmente estamos a acabar com o último bairro de barracas de Setúbal e com a situação indigna que era aquele bairro”, disse à agência Lusa o vereador da Habitação do município sadino, Carlos Rabaçal.
Segundo o autarca, o processo de realojamento das 72 famílias que viviam na Quinta da Parvoíce “demorou um pouco mais de tempo” do que o município estava à espera, devido “a ausência de habitações no mercado de arrendamento em Setúbal”.
“Foi um processo bastante longo e difícil para obter as casas com as tipologias adequadas”, acrescentou Carlos Rabaçal, lembrando que as 72 famílias já estão nas novas habitações temporárias.
Ainda de acordo com o autarca da maioria CDU na Câmara de Setúbal, faltava apenas encontrar solução para 12 moradores da Quinta da Parvoíce – todos homens que viviam sozinhos -, mas que hoje serão finalmente realojados na pensão Residencial Setubalense.
A preparar-se para viver na pensão nos próximos tempos, Kuka Manuel, de 49 anos, era um homem muito atarefado hoje de manhã, a juntar alguns dos haveres que pretende levar para a nova ‘residência’.
“Tenho 49 anos, estou há 35 em Portugal e há 21 anos neste bairro. O processo de realojamento tem sido complicado. Alguns moradores já têm casa, mas a mim, que estou aqui há 21 anos, nunca me deram uma casa. E agora vamos para uma pensão, não sei por quanto tempo”, disse à agência Lusa Kuka Manuel.
Contudo, segundo o vereador da Habitação na Câmara de Setúbal, a colocação dos últimos moradores da Quinta da Parvoíce numa pensão foi a única solução possível neste momento, face à necessidade de demolir o bairro e iniciar os trabalhos para a construção de 200 novas habitações naquele espaço.
“Nós vamos demolir em breve todas as estruturas abarracadas da Quinta da Parvoíce, que só não foram já demolidas porque há um problema de amianto em muitas das coberturas, o que implica a intervenção de uma empresa especializada”, justificou.
De seguida, serão feitos os loteamentos topográficos da zona para se fazerem os projetos para a construção de cerca de 200 habitações, cerca de metade de renda apoiada pelo município de Setúbal e outra metade de renda acessível, por parte do Instituto de Habitação e Reabilitação urbana (IHRU).
Carlos Rabaçal referiu ainda que todas as pessoas que viviam na Quinta da Parvoíce e que já foram realojadas temporariamente no âmbito do Programa Porta de Entrada em casas com rendas a preços de mercado, que são pagas pelo município sadino, deverão ocupar parte das novas habitações de renda apoiada que vão ser construídas na Quinta da Parvoíce e na Bela Vista.
Ainda segundo Carlos Rabaçal, além das 200 casas que deverão ser construídas na Quinta da Parvoíce, a Câmara de Setúbal prevê construir mais 500 habitações de renda apoiada, na Bela Vista, e o IHRU deverá construir mais 900 casas de renda acessível, na Bela Vista.
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