"Temos aqui uma situação do ponto de vista ambiental que é muito crítica e tanto eu como os meus colegas autarcas não nos cansamos de apelar para a situação de urgência que se impõe. Do ponto de vista ambiental, há danos que têm de ser imediatamente reparados", alertou José António Jesus.
A unidade de tratamento integrado de resíduos sólidos da Associação de Municípios do Planalto Beirão, no concelho de Tondela, é um dos maiores aterros sanitários do país, com uma área de 12 hectares, e "sofreu todas as consequências possíveis do incêndio".
"Toda a unidade ficou cercada e foi consumido todo o perímetro da área de deposição. As células que estavam seladas deixaram de o estar, porque a membrana de cobertura foi consumida pelo fogo", informou.
Também a estrutura de produção de biogás foi destruída, contando-se "danos gravíssimos" do ponto de vista do tratamento de lixiviados e tratamento de resíduos diferenciados.
"A valorização da recolha seletiva está toda destruída e vários órgãos estão comprometidos", acrescentou.
A recolha de resíduos sólidos urbanos voltou a ser feita na terça-feira. No entanto, o autarca de Tondela alerta que não basta recolher, é preciso tratar.
"Temos feito uma sensibilização fortíssima, quer junto do senhor ministro das Infraestruturas, quer ontem [quinta-feira] com o senhor Presidente da República, com quem tive o cuidado de partilhar esta realidade", apontou.
No seu entender, urge reunir com a tutela para que se possa "abrir uma linha de financiamento, no âmbito do POSEUR", para levar a cabo a reparação de danos neste centro, que deverá rondar os três milhões de euros.
De acordo com José António Jesus, para já têm sido tomadas todas as medidas cautelares, no entanto, evidencia que é preciso pensar numa solução definitiva.
"É impensável olhar para este grau de investimento sem ter imediatamente uma resposta nacional e é isso que estamos a tentar. A própria CIM [Comunidade Intermunicipal Viseu Dão Lafões] fez um apelo para uma reunião urgente com o senhor primeiro-ministro e demais membros do governo, para que haja uma consciencialização profunda das implicações que derivam, se não existirem recursos para esta intervenção profunda", concluiu.
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