Falando na reunião do executivo para responder a um alerta deixado na sessão anterior pelo vereador da CDU, Carla Sepúlveda disse que contactou com os responsáveis dos agrupamentos e com os demais parceiros envolvidos na questão das refeições escolares e que não recebeu “relatos concretos” que a tivessem deixado preocupada.

“Não há motivo para alarme nem matéria que nos permita deduzir que seja verdadeiro [o exposto pelo vereador d CDU]”, referiu.

Na anterior reunião do executivo, o vereador da CDU na Câmara de Braga, Vítor Rodrigues, alertou para o alegado aumento do número de alunos do concelho que só conseguirá ter uma alimentação “decente” na escola, dada a carência económica dos respetivos agregados familiares.

Vítor Rodrigues disse que aquela preocupação lhe foi transmitida numa reunião com a Federação das Associações de Pais do concelho de Braga.

“A segunda-feira é o dia em que menos comida sobra nas cantinas, e este é um sinal claro de uma situação social que se agrava”, referiu.

Para o comunista, “a única refeição decente” que muitos alunos conseguem ter poderá ser na escola.

“Em casa não conseguem e, por isso, à segunda-feira têm mais fome”, apontou, dando ainda conta de um crescimento “muito significativo” do número de alunos reportados à Comissão de Proteção de Crianças e Jovens.

Admitiu que isto pode ser o reflexo da evolução negativa da situação económica das famílias, designadamente resultante da subida dos preços da habitação e pediu à câmara para prestar atenção a esta realidade, em articulação com os agrupamentos de escolas.

Hoje, a vereadora da Educação desdramatizou a situação e disse que a questão das sobras maiores ou menores poderá ter a ver com o facto de os alunos gostarem menos ou mais da refeição.

“Há dias, como a segunda-feira, em que os alunos, por gostarem mais da comida, têm tendencialmente o hábito de comer mais. À terça, que é peixe, normalmente é ao contrário”; referiu.

O vereador da CDU disse que, mesmo assim, “não ficaria tão seguro” como Carla Sepúlveda e aconselhou a que se reúnam “todos os elementos objetivos” para aferir da acuidade ou não da situação.

“A ausência de prova não é prova de ausência”, referiu.