Nuon Chea era conhecido como ‘Irmão N.º 2′, o braço direito de Pol Pot, o líder do regime que governou o Camboja de 1975 a 1979.
Nesse período, o grupo foi responsável pela morte de cerca de 1,7 milhão de pessoas (mais de um quarto da população do país), motivada pela fome, doença, trabalho forçado e execuções.
Nuon Chea estava a cumprir uma pena de prisão perpétua depois de ter sido condenado por um tribunal especial cambojano apoiado pela ONU, mas nunca admitiu a sua culpa.
Nos julgamentos do Khmer Vermelho, afirmou em tribunal que ele e seus companheiros não eram “pessoas más”, negando a responsabilidade por qualquer morte.
Durante décadas após a queda do Khmer Vermelho, Nuon Chea viveu tranquilamente com sua família em Pailin, uma antiga fortaleza guerrilheira perto da fronteira com a Tailândia.
“Eu não era um criminoso de guerra”, disse numa entrevista concedida em 2004 à agência de notícias Associated Press.
“Eu admito que houve um erro. Mas eu tinha minha ideologia. Eu queria libertar meu país. Eu queria que as pessoas tivessem bem-estar”, adiantou.
Chea foi detido em 2007 para ser julgado junto com outros líderes sobreviventes do Khmer Vermelho e acusado de crimes contra a humanidade, genocídio, perseguição religiosa, homicídio e tortura.
Durante seu depoimento, insistiu que o regime não era responsável por quaisquer atrocidades e reiterou que os corpos encontrados nas sepulturas em massa descobertas após a queda do regime do Khmer Vermelho pertenciam a cambojanos mortos pelas tropas vietnamitas.
“Esses crimes de guerra e crimes contra a humanidade não foram cometidos pelo povo cambojano”, disse Nuon Chea. “Foram os vietnamitas que mataram os cambojanos”, insistiu.
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