O mercado dos produtos relacionados com a canábis, no Canadá, estima-se, chegará aos milhares de milhões de euros. Lá, os empreendedores não querem ficar para trás e começam a abraçar novas ideias. É precisamente um destes investimentos que podem fazer com que em breve possa pedir uma cerveja de canábis.
O produto é obra de um pequeno laboratório em Ontário que está a desenvolver aquela que descrevem ser a primeira cerveja no mundo feita a partir de canábis, utilizando a raiz, caule e as folhas da planta, ao contrários de outras cervejas de marijuana à venda no mercado que são feitas a partir de cevada, e às quais se mistura óleo de canábis.
O objectivo de Dooma Wendschuh, da Province Brands, a empresa que está a criar a nova bebida, é criar uma alternativa ao álcool. Ao início foi difícil, confessa: “aquilo que conseguíamos tinha um sabor terrível. Sabia a brócolos podres”.
Só quando a startup recorreu à ajuda de um engenheiro químico é que conseguiu balancear de forma perfeita a quantidade de lúpulo, água, fermento e canábis. Importa salientar que durante todo este processo o álcool é removido e que por essa mesma razão “esta é uma cerveja que faz efeito muito depressa”, diz Wendschuh ao The Guardian.
Wendschuh acredita, no entanto, que o seu produto será mais saudável do que o álcool, sem no entanto fingir que não contém riscos. “A canábis não nos faz bem. Não deve beber cinco cervejas destas por dia, não se deve beber assim que se acorda. E eu não estou a dizer isto”, afirmou ao jornal britânico.
Em junho o Canadá juntou-se ao Uruguai e tornou-se no segundo país a legalizar a canábis para fins recreativos e a criar um mercado legal da substância. O objetivo é que a legalização do consumo ajude a diminuir o crime ligado ao tráfico desta droga. Apesar do primeiro-ministro Justin Trudeau ter mostrado a ambição de querer ter a lei a funcionar já este mês de julho, mas as autoridades locais já vieram a público afirmar que o mês de setembro será uma data mais realista devido a toda a burocaria envolvida.
Em Portugal, o Parlamento aprovou a 15 de junho a utilização de canábis para fins medicinais, mas só se outras terapêuticas convencionais tiverem efeitos adversos ou indesejados.
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