Na abertura do último debate da eleição para a liderança do Partido Conservador, Truss, atual ministra dos Negócios Estrangeiros que lidera as sondagens, salientou entre as medidas que defende eliminar as leis herdadas da União Europeia (UE) até fim de 2023, reformar setor dos serviços financeiros e cortar impostos.

“Temos de ser ousados e fazer as coisas de forma diferente, e é isso que pretendo fazer se for eleita primeira-ministra”, afirmou.

Truss disse ainda que “foi um erro aumentar a contribuição para a Segurança Social”, garantindo que será possível ainda assim “pagar a dívida nacional nos próximos três anos”.

O debate de hoje entre os dois candidatos finalistas é o último de 12 realizados durante o verão em várias partes do país, antes do anúncio do vencedor na segunda-feira às 12:30.

O evento apenas para militantes Conservadores decorre na Wembley Arena, em Londres, uma sala com capacidade para 12.500 pessoas, quase lotada.

O antigo ministro das Finanças Rishi Sunak, o outro finalista a suceder a Boris Johnson, defendeu que o próximo chefe de governo deve ser “honesto” e criticou o recurso a mais endividamento público para pagar cortes fiscais durante a crise.

“Não escolhi dizer o que as pessoas querem ouvir, mas aquilo que elas precisam de ouvir”, argumentou no discurso de introdução, invocando Margaret Thatcher para defender o controlo da despesa pública e redução da dívida.

Aludindo à crise económica, afirmou que “aguentar a tempestade não é suficiente” e que quer usar a “experiência como gestor para deixar a economia pronta para o futuro”.

O agravamento da crise do custo de vida tem dominado até agora a campanha, aumentando a pressão sobre ambos para que apresentem medidas de apoio aos britânicos mais afetados pelo aumento da inflação e preços da energia.

A eleição, realizada por voto postal entre cerca de 180.000 militantes do partido, encerra às 17:00 de sexta-feira.

Na terça-feira, o primeiro-ministro, Boris Johnson, deverá apresentar a demissão à rainha Isabel II, o que acontecerá pela primeira vez em 70 anos de reinado no castelo de Balmoral, no norte da Escócia, em vez do Palácio de Buckingham em Londres.

A monarca de 96 anos tem vindo a piorar dos problemas de mobilidade que a levantaram a faltar a vários eventos este ano e a delegar a representação aos herdeiros, em especial o filho primogénito, príncipe Carlos.

O sucessor de Johnson, e 15.º chefe de Governo no reinado de Isabel II, será também recebido na Escócia na terça-feira pela monarca, que deverá então indigitar o novo primeiro-ministro (ou primeira-ministra) para que forme um novo governo enquanto líder do partido com maioria parlamentar.