O diretor da agência espacial norte-americana, Jim Bridenstine, afirmou em várias publicações na rede social Twitter que aconteceu uma anomalia no sistema de contagem decrescente no veículo espacial, projetado para ser o novo transporte de tripulações para a EEI, fazendo com que o computador de bordo “pense” que já fez as manobras necessárias para se colocar na órbita certa.
“A cápsula consumiu mais combustível do que o previsto para se manter controlada. Isso tornou impossível o encontro com a estação espacial”, afirmou.
Bridenstine não afastou claramente a hipótese de o encontro se fazer mais tarde, mas um falhanço afetaria a reputação da empresa aeronáutica Boeing, já em crise por causa dos problemas com o avião de passageiros 737 MAX, e também a da NASA, que espera regressar aos voos tripulados lançados dos Estados Unidos no ano que vem.
A descolagem decorreu normalmente no centro espacial de Cabo Canaveral, no estado norte-americano da Florida, e a cápsula separou-se do foguetão Atlas V cerca de 15 minutos depois do lançamento.
Pouco depois, a Boeing e a NASA anunciaram que a CST-100 Starliner estava inserida numa órbita “não nominal”, querendo dizer que o veículo não estava na trajetória certa para aumentar de altitude e encontrar-se com a estação espacial, que está em órbita a 400 quilómetros de altitude.
Uma porta-voz da Boeing, Kelly Kaplan, disse aos jornalistas que a Starliner estava numa “configuração estável e segura”, com os engenheiros da empresa aos controlos, e Jim Bridenstine disse também que o veículo estava a ganhar altitude com a ajuda dos seus motores.
Se se confirmar que a acoplagem é impossível com a EEI, uma hipótese é fazer regressar a Starliner à Terra, onde poderá aterrar em qualquer dos cinco locais definidos na costa oeste dos Estados Unidos, salvando-se assim a cápsula para poder ser usada em outra missão.
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