“A Carris vai ter todos os seus autocarros à disposição. Vai estar naquilo que nós chamamos a semana de pico, a semana com mais autocarros, que normalmente é uma semana de inverno. Vai estar agora nesta semana com mais 30% de capacidade e, portanto, da parte da Carris temos tudo preparado”, afirmou o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas (PSD).

O autarca falava à margem da assinatura de um protocolo entre a Câmara Municipal de Lisboa (CML), a empresa Construção Pública (anteriormente designada de Parque Escolar) e a Fundação JMJ — Lisboa 2023, para a disponibilização de 110 escolas e três equipamentos municipais para acolhimento de 41 mil peregrinos, que foi celebrado na Escola Básica Francisco Arruda, na Calçada da Tapada, na freguesia lisboeta de Alcântara.

Considerada o maior acontecimento da Igreja Católica, a JMJ vai realizar-se este ano em Lisboa, entre 01 e 06 de agosto, sendo esperadas cerca de 1,5 milhões de pessoas.

Questionado pelos jornalistas sobre a necessidade de o Governo avançar com uma requisição civil para evitar os impactos de greves em empresas de transporte público durante a JMJ, Carlos Moedas disse que essa decisão não compete ao município.

“A minha responsabilidade é sobre a Carris e, portanto, a Carris está a fazer todo o esforço. A Carris está a pôr tudo aquilo que tem ao trabalho durante esses dias e, portanto, vai correr seguramente bem”, reforçou o social-democrata, acreditando que as outras empresas de transporte que não dependem do município de Lisboa também estarão a participar para assegurar a oferta necessária durante o evento.

Lembrando as experiências da JMJ em Madrid (Espanha) e em Cracóvia (Polónia), o presidente da Câmara de Lisboa frisou que as pessoas que participam no evento “andam muito”, porque “peregrinação é também andar”, pelo que se prevê que exista “muita gente” a andar a pé na cidade “num espírito de alegria, solidariedade e entreajuda”.

A 11 dias da JMJ em Lisboa, o município tem “tudo preparado” para o evento: Obviamente que ter tudo preparado, não significa que não estamos preocupados. Claro que temos de ter preocupação do dia a dia. Temos de trabalhar todos os dias. As pessoas estão a trabalhar 24 horas por dia. Nós temos 4.000 pessoas na Câmara de Lisboa que estão a trabalhar e vão trabalhar durante esses dias, todos os dias”.

O presidente da câmara realçou a resposta do município aos pré-avisos de greve dos trabalhadores da higiene urbana durante a JMJ, em que foi possível chegar a acordo com todos os sindicatos e desconvocar as paralisações anunciadas, permitindo que “as pessoas estejam todas motivadas, todas comprometidas naqueles dias”.

Carlos Moedas reforçou que existe uma divisão de tarefas na preparação da JMJ, em que Lisboa como cidade anfitriã “vai fazer o maior investimento de sempre, mais do que qualquer outra entidade, mais do que o Governo”, em que o compromisso do município é investir até 35 milhões de euros.

“Nós sabemos aquilo que temos de fazer e naquilo que estamos a fazer e que fizemos, podemos dizer que estamos prontos. Agora, não vamos nem comentar aquilo que é o papel do Governo, nem das outras autarquias, nem de outras entidades”, declarou o presidente da câmara.

O social-democrata disse que o seu papel é conseguir “deixar uma imagem de uma cidade que realmente foi capaz de concretizar”, enaltecendo a obra no Parque Tejo, que ficou concluída “um mês antes” do evento, com tudo preparado, nomeadamente os talhões verdes completos, o altar-palco e a ponte ciclopedonal, e o protocolo para acolhimento de peregrinos em escolas.

Apesar de não comentar as tarefas do Governo, inclusive nos planos de mobilidade e saúde, Carlos Moedas reiterou a disponibilidade do município para ajudar no que é necessário, o que já aconteceu “em muitas situações”, dando como exemplo os pórticos de segurança.