Numa nota enviada às redações, a PJ informa que, através da sua Unidade Nacional de Combate à Corrupção, "localizou e deteve dois homens, membros de uma organização criminosa, que se dedicavam à prática dos crimes de burla qualificada e fraude postal".

Os dois suspeitos, "de nacionalidade estrangeira, com 35 e 37 anos, foram presentes ao Tribunal da Relação de Lisboa, tendo-lhes sido aplicada a medida de coação de prisão preventiva, enquanto aguardam a extradição para os Estados Unidos da América".

O esquema, designado como "cartas da Nigéria", terá sido responsável por defraudar "cidadãos norte americanos, maioritariamente idosos, em valores que ascenderão a milhões de euros".

De acordo com as autoridades, este esquema existe desde 2021, sendo que o seu "modus operandi assentava no envio de cartas individualizadas, invocando a existência de uma herança há muito esquecida ou de uma doação oriunda de um doente oncológico em estado terminal, residente num lar, de que as vítimas seriam beneficiárias, na ordem dos vários milhões de euros".

"Após resposta à carta, era solicitado às vítimas o envio de documentação diversa, designadamente cópia do respetivo documento de identificação, entre outros dados pessoais", sendo que a origem do financiamento do esquema provinha da solicitação do "pagamento sucessivo de montantes diversos, a título de custos relacionados com seguros, taxas bancárias/administrativas e impostos".

"Durante a operação, realizada no âmbito de um pedido de cooperação das autoridades americanas, foram ainda efetuadas duas buscas domiciliárias e uma busca não domiciliária, em cumprimento de carta rogatória a correr termos no DIAP do Barreiro", informa ainda a PJ.