Daquele montante, a maior parte (16 mil milhões) destina-se a anular a dívida deste território norte-americano e 12,77 mil milhões a financiar a ajuda de emergência.
“Sabem, eles [Porto Rico] devem muito dinheiro aos vossos amigos de Wall Street e devemos eliminar isso”, disse o Presidente norte-americano na estação televisiva Fox News.
Donald Trump deslocou-se à ilha na terça-feira.
Ainda em declarações à Fox, Trump acrescentou: “Vamos fazer alguma coisa. Vamos recolocá-la [à ilha] de pé”.
Estas declarações à Fox foram mal recebidas nos mercados financeiros, com a cotação das suas obrigações de dívida pública a cair e as respetivas taxas de juro a subir.
No início de maio, o governador de Porto Rico tinha solicitado que a ilha fosse declarada em situação de falência, para poder reestruturar a sua pesada dívida, estimada em 73 mil milhões de dólares.
Segundo os analistas do gabinete BTIG, “Trump não pode anular a dívida de Porto Rico (porque) a maioria desta é detida por pequenos investidores” e não pelos designados ‘fundos abutre’.
(Estes fundos de investimento são de tipo especulativo, apostando em dívidas de qualidade inferior, cujos títulos se vendem a preços baixos, para procurarem depois serem reembolsados a valores superiores).
Aqueles analistas citaram um estudo para avançarem que menos de 25% da dívida da ilha é detida por fundos de investimento especulativo, com o resto a ser detida por particulares, diretamente ou através de fundos de investimento.
Antiga colónia espanhola, Porto Rico tornou-se território norte-americano no fim do século XIX, antes de adquirir um estatuto especial de “Estado livre associado” nos anos 1950.
Antes próspera, a ilha com 3,5 milhões de habitantes iniciou um declínio económico em 2006, com o fim das exonerações fiscais massivas que tinham atraído grandes multinacionais e estimulado a atividade económica.
A recessão económica e a queda de receitas que se seguiram fizeram a sua dívida crescer.
Duas semanas depois da passagem devastadora do furacão Maria de categoria 4, Porto Rico continua a sofrer, com a eletricidade a chegar a apenas 7% da ilha, com mais de nove mil pessoas a viverem em refúgios e apenas 40% dos meios de comunicação restabelecidos. Grande parte dos habitantes continua sem água potável nem combustível.
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