“A extrema-direita está ao serviço de [Vladimir] Putin e isso não é nenhuma novidade. Registo que a extrema-direita portuguesa gosta de se fazer muito solidária com a Ucrânia e muito distante com a Rússia, mas a verdade é só uma: o campo da extrema-direita na Europa é alimentado pela oligarquia de Vladimir Putin”, acusou a bloquista, à margem de uma ação de campanha no concelho de Palmela, em Setúbal.
Catarina Martins reagia às buscas nos gabinetes de um colaborador do Parlamento Europeu em Bruxelas e Estrasburgo, no âmbito de uma investigação sobre suspeitas de ingerência russa e corrupção.
Segundo uma fonte próxima do caso, as buscas em curso visam um antigo assistente parlamentar do eurodeputado alemão Maximilian Krah, do partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD).
“Vamos tendo escândalos sucessivos. Não sabemos quais vão ser os resultados dessas buscas. Não precisamos de saber desses resultados para saber que ao longo do tempo tivemos vários momentos destes, que houve processos que revelaram as ligações e o financiamento da extrema-direita por Putin", disse.
A cabeça de lista frisou que “o maior perigo para a segurança da União Europeia é mesmo a extrema-direita porque a extrema-direita é também Vladimir Putin”.
Catarina Martins aproveitou ainda para responder às críticas do cabeça de lista da Iniciativa Liberal, João Cotrim de Figueiredo, que tem feito ‘marcação cerrada’ à caravana bloquista.
A dirigente, que se distanciou da IL, vê o liberal “um pouco aflito porque tentou ter uma posição muito clara sobre a Ucrânia” e insistiu que Cotrim era presidente do Turismo de Portugal quando o Governo PSD/CDS-PP da altura “andava a vender vistos 'gold' aos oligarcas russos”.
Catarina Martins, que já foi atriz, regressou hoje para perto dos palcos. Visitou o teatro "O Bando", situado num local um pouco ermo, no meio do Parque Natural da Arrábida, mas cujo objetivo é mesmo esse: criar no meio do mato, das flores, e levar o teatro para a periferia das cidades.
A bloquista sublinhou a importância do “investimento em redes culturais em toda a União Europeia que permitem que espaços como este sejam centros de cultura” e apontou que o grupo está a organizar um espetáculo intitulado “Irmã Palestina”.
Foi a deixa ideal para voltar a apelar ao reconhecimento português do estado da Palestina e à mobilização da sociedade para esta causa, salientando que “a opinião pública é uma superpotência”.
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