"Creio que o governo acordou tarde nesta matéria. A primeira vez que publicamente sinalizei que o governo já estava atrasado foi em abril", sustentou.
No final de uma visita à Barragem de Fagilde, no distrito de Viseu, que tem atualmente menos de 10% de água, Assunção Cristas sublinhou que o problema da seca começou a sentir-se junto dos agricultores e de quem tinha produção animal.
"Essa foi a primeira das áreas onde se sentiu a seca, mas isso depois passou para outras áreas, por isso, o governo acordou tarde nesta matéria, até porque a seca já vinha de trás", acrescentou.
De acordo com a líder do CDS-PP, esta não é a única matéria em que o governo está atrasado.
"Tem andado muito tarde quando não preparou a chamada época de fogos, logo preventivamente, quando se avizinhava um tempo tão quente e tão seco e vimos o que vimos em Pedrogão. Tarde quando não preparou, já no outono - porque o dia 15 de outubro foi o pior de todos - de ter os meios prontos", apontou.
Sobre esta matéria, a presidente centrista aludiu ao facto de ter questionado o primeiro-ministro, António Costa, sobre a possibilidade de ser criada uma unidade de missão para a reconstrução das regiões afetadas pelos incêndios.
"A resposta foi um pouco ao lado, de que já existia uma unidade de valorização do interior e, por isso, o CDS-PP já requereu a audição, no Parlamento, do responsável por esta unidade sedeada em Pedrogão e que, aparentemente tem responsabilidade por esta região, embora nós ainda não tenhamos tido oportunidade de ver nada efetivo a acontecer no terreno, por parte dessa entidade", destacou.
Assunção Cristas disse ainda não ter dúvidas de que a seca vai ser um tema que terá de fazer o país refletir, quer do ponto de vista do planeamento, quer dos apoios financeiros.
"Deve-se ir já pensando nos próximos fundos comunitários, tendo em conta esta área como uma área muito importante para a utilização dessas verbas", concluiu.
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