"Esta moção é uma moção estratégica, as moções estratégicas são candidaturas e portanto não há tabu nenhum, esta candidatura existe, representa uma visão, a visão tem um rosto e portanto está esclarecido", afirmou, em declarações à agência Lusa.
Bruno Filipe Costa apresentou hoje a moção da qual é primeiro subscritor e que vai apresentar ao congresso de 02 e 03 de abril, "Visão 22-30", bem como a sua candidatura à liderança do partido numa tertúlia num bar em Lisboa.
"Eu acho que neste momento todos os militantes são importantes para este combate que é voltar a trazer o CDS para a casa da democracia", salientou, apontando que "não podia virar as costas num momento em que o partido está na situação que todos os portugueses conhecem".
A principal prioridade, afirmou, é "unir o partido e tentar voltar a pôr o partido no lugar a que ele pertence".
"O CDS tem de fazer o seu papel, assumir-se como o grande partido da direita, sem medo e sem vergonha de dizer que somos de direita, e tentar falar às pessoas", salientou, defendendo uma mudança de discurso e alertando que "se for só mudar caras", não acredita que seja possível alcançar melhores resultados.
E apontou "falta de democracia interna".
Quanto às eleições europeias, que são disputadas primeiro do que as legislativas, espera que "sejam a primeira oportunidade de provar a vitalidade e voltar a poder ter a confiança dos portugueses".
Apontando uma necessidade de o partido "debater ideias", Bruno Costa propôs a realização de um debate entre os candidatos antes da reunião magna de Guimarães e disse temer que o congresso fique marcado por trocas de acusações, mais "do que propriamente discussão política".
Bruno Filipe Costa, consultor, é militante do CDS-PP desde 1995 e já integrou uma comissão política concelhia.
Na moção que apresenta ao congresso defende que "só resta um caminho ao CDS em 2022: transformar-se no 'partido conservador britânico português'".
"Esta é madrugada que o CDS esperava para reaparecer no palco político nacional de cara lavada como um partido verdadeiramente conservador. Ao contrário do que se tem feito até aqui, o CDS tem de se despir das conceções bacocas de um conservadorismo tradicionalista português, herdado historicamente da sua vertente católico-provinciana do Estado Novo (ou do Integralismo Lusitano) e fruto de equivocadamente se achar que ser conservador é necessariamente ser religioso ou defensor de qualquer forma de imobilismo", sustenta.
Para ajudar a equilibrar as finanças, propõe que os militantes base paguem dois euros de quotas, valor que sobe para os dez euros para os militantes titulares de cargos públicos.
O 29.ª Congresso do CDS-PP vai decorrer nos dias 02 e 03 de abril, em Guimarães (distrito de Braga).
Na reunião magna vai ser eleito o sucessor de Francisco Rodrigues dos Santos, que se demitiu da presidência do partido e não se recandidata, na sequência do resultado nas eleições legislativas de 30 de janeiro (1,6%), o pior da história do partido e que afastou os centristas da Assembleia da República.
Além de Bruno Filipe Costa, são candidatos à presidência do CDS-PP o eurodeputado Nuno Melo e os vogais da Comissão Política Nacional Miguel Mattos Chaves e Nuno Correia da Silva.
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