O número anterior (808 250 143), que tinha o preço de uma chamada local, vai manter-se ativo durante um ano, encontrando-se garantido o encaminhamento das chamadas para o novo número agora criado (800 250 250).

Em declarações à agência Lusa, a médica responsável pelo Centro de Informação Antiveneno (CIAV), Fátima Rato, afirmou que o novo número é “mais fácil para os cidadãos memorizarem e poderem recorrer ao serviço sempre que precisarem”.

Para a médica, é uma “mais valia” para aumentar o acesso ao serviço que funciona 24 horas por dia e é assegurado por médicos especializados na área da toxicologia.

“A nossa esperança é que isso de facto aconteça” porque o número de chamadas que o centro recebe “não são todas as situações de intoxicação que acontecem no país”, disse Fátima Rato.

Anualmente, o centro recebe anualmente cerca de 30.000 chamadas.

Em 2018, os enganos na toma de medicamentos representaram cerca de 63% das consultas telefónicas realizadas.

Cerca de 19% das chamadas resultaram da exposição a produtos de utilização doméstica, como lixivias ou detergentes, e 5% da exposição a pesticidas.

Em 65% das situações, as intoxicações ocorreram em adultos e 33% em crianças, refere o INEM, salientando que, entre as crianças, a esmagadora maioria dos casos (63%) verificou-se entre o primeiro e o quarto ano de vida.

Para Fátima Rato, a gratuitidade do número e a sua tipologia poderá “contribuir para que os cidadãos conheçam melhor o serviço e recorram a ele sempre que surjam situações com estas características” que “envolvem exposição indevida a produtos potencialmente tóxicos”.

O CIAV poderá também assim intervir de “uma forma mais precoce e orientar as pessoas relativamente àquilo que deve ser feito”.

“Muitas vezes, a pessoa tem logo tendência para recorrer ao centro de saúde, ao hospital, a uma clínica, seja o que for, e muitas vezes grande parte destas situações podem ser resolvidas em casa e nem sequer haver necessidade de recorrerem ao serviço de saúde”, disse, adiantando que esta intervenção também contribuirá para aliviar os serviços de saúde.

Sobre os casos que chegam ao centro, a médica disse que os mais frequentes são de pais que deram um medicamento a mais aos filhos porque a mãe ou o pai se esqueceu de avisar que já tinha dado e idosos que confundem os remédios ou repetem a medicação.

“Infelizmente, também ainda se verifica muitas situações em que as pessoas têm por hábito colocar em garrafas de água (…) tudo e mais alguma coisa sem identificar por fora num rótulo que o que está lá dentro não é água”, disse a médica.

Estas situações podem levar “a situações potencialmente mais graves e que exigem já outro tipo de intervenção”, advertiu.

O CIAV presta todo o tipo de informações referentes a intoxicações agudas ou crónicas, diagnóstico, quadro clínico, terapêutica e prognóstico da exposição a tóxicos, referentes a todos os produtos existentes, desde medicamentos a produtos de utilização doméstica ou industrial, produtos naturais, plantas ou animais.

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