“A doença em si, é uma doença com grande incidência, continua a ser, embora tenha havido um decréscimo nos últimos anos, mas aqui no Hospital de Ponta Delgada internamos uma média de perto de 300 doentes por ano”, disse José Lopes neste Dia Nacional do Doente com AVC.
O diretor do serviço de neurologia do maior hospital dos Açores, localizado na ilha de São Miguel, admitiu que cerca de “6% dos doentes” em contexto hospital acaba por morrer vítima de AVC, lembrando que a mortalidade é superior.
“Em mortalidade intra-hospitalar estamos a falar à volta de 6%, que morrem cá dentro do hospital”, havendo depois os “doentes que ficam estabilizados, mas que ficam com grandes défices, que vão para casa, que ficam em ambulatório”, que “vão ter infeções ou outros problemas e que vão aumentar a mortalidade”, sublinhou o médico.
José Lopes reconheceu que o maior número de pessoas vítimas de AVC tem entre os 50 e os 70 anos de idade, mas admitiu que a doença aparece por vezes “em gente mais jovem” devido a determinados fatores de risco que vão para além do “stress e do modo de vida dos tempos modernos”.
“O maior número de pessoas estão entre a quinta, sexta e sétima faixa etária de vida, mas também já aparece em gente mais jovem e temos tido bastantes pessoas mais jovens. (…) Na maioria dos casos [mais jovens] tem a ver com outros fatores de risco que levam a estas doenças, nomeadamente arritmias cardíacas, doenças do sangue, doenças da parede dos vasos [sanguíneos], outro tipo de patologias”, disse.
O diretor do serviço de neurologia do Hospital de Ponta Delgada disse também que a média de AVC dos Açores acompanha as médias a nível nacional e recordou os fatores de risco que levam a estes números tão expressivos.
“O panorama pouco cuidado com os fatores de risco, a hipertensão, diabetes, obesidade, tudo isso porque ainda o melhor tratamento para esta doença é prevenir e isso é muito importante e as pessoas ainda não têm grandes hábitos de alimentação saudável, de atividade física, controle regular do colesterol, tensão arterial, de glicemia, porque isso são fatores muito importante para evitar mais tarde o aparecimento da doença”, afirmou.
Neste dia dedicado ao doente com AVC, José Lopes recordou ainda a importância de uma intervenção precoce quando o AVC acontece, lembrando que quanto mais cedo se avançar para um tratamento mais eficaz ele será.
“É de extrema importância que as pessoas venham o mais rapidamente possível para o hospital, o tratamento nas fases iniciais é mais eficaz. Os sintomas são sintomas simples de perceber, são alterações da fala, alterações da força muscular, é o desvio da comissura labial, portanto, são fatores facilmente reconhecíveis e aí é importante que as pessoas venham rapidamente para o hospital e não esperem para ver o que é que acontece”, disse.
O Hospital do Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada, vai assinalar o Dia Nacional do doente com AVC no dia 07 de abril, com um rastreio gratuito no Centro Comercial Parque Atlântico entre as 10:00 e as 13:00 (mais uma hora em Lisboa).
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