João Gouveia, presidente da Comissão de Acompanhamento da Resposta Nacional em Medicina Intensiva, revelou esta quarta-feira ao Público que cerca de um terço dos doentes com covid-19 internados em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) na região de Lisboa e Vale do Tejo, atualmente a mais afetada pela pandemia, já tinha iniciado o processo de vacinação, mas não o tinha concluído.

Segundo o especialista, estes internados tinham sido inoculados apenas com uma dose da vacina quando ocorreu a infeção.

“Apesar de ser a melhor arma, a vacinação não é a única arma e só por si não chega. É preciso acelerar o processo de vacinação e avançar com medidas para reduzir francamente a transmissão, sobretudo dentro de Lisboa”, defende o médico.

No entanto, o médico relembra que o processo de vacinação levou a uma mudança do perfil destes doentes internados: são, atualmente, homens, mais jovens e têm sobretudo problemas de hipertensão, obesidade ou diabetes. João Gouveia relata mesmo o caso de doentes "com 25 anos e sem comorbilidades em risco de vida na semana passada”. As pessoas “não podem pensar que [a covid-19] é uma gripezinha que não causa doença grave”, sublinhou.

Esta terça-feira, a Direção-Geral da Saúde, no boletim epidemiológico diário, deu a conhecer o aumento do número de internados em UCI, que chegou acima de uma centena (101) no total do país, 70% dos quais na região de LVT.

Esta elevada concentração dos casos de internamento em UCI levou a Administração Regional de Saúde de LVT a pedir aos hospitais da região para aumentarem o número de camas disponíveis. De acordo com os últimos dados oficiais, estão em Lisboa e Vale do Tejo 69 doentes nos cuidados intensivos.

João Gouveia sublinha no entanto que este número é elevado e que coloca a ocupação da UCI nesta região nos 77 a 78%, números que aproximam os hospitais das linhas vermelhas estabelecidas para o número de camas ocupadas por doentes infetados com o novo coronavírus, 84 nesta região.

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