No seguimento dos confrontos que decorreram no bairro de Tsim Sha Tsui, na zona sul de Kowloon, frente à ilha de Hong Kong, a agência de notícias oficial chinesa, citada pela AFP, insurgiu-se contra as “forças abjetas” que ameaçam os fundamentos do princípio “um país, dois sistemas” que presidiu à devolução do território à China em 1997.
“O Governo central não vai ficar de braços cruzados e não deixará que a situação avance”, adverte a agência.
Este foi o oitavo fim de semana consecutivo de manifestações pró-democracia em Hong Kong, com milhares de pessoas nas ruas e confrontos entre manifestantes mais radicais e a polícia, que na última noite levaram à detenção de 20 pessoas.
Para a tarde de hoje foram convocadas duas manifestações, que precedem a greve geral convocada para segunda-feira. Milhares de manifestantes marcharam nas ruas do bairro residencial de Tseung Kwan O.
Hong Kong vive há dois meses um clima de contestação social, que partiu da aversão a uma proposta de lei que permitiria ao Governo e aos tribunais da região administrativa especial a extradição de suspeitos de crimes para jurisdições sem acordos prévios, como é o caso da China continental.
A proposta foi, entretanto, suspensa, mas as manifestações generalizaram-se e denunciam agora aquilo que os manifestantes afirmam ser uma “erosão das liberdades” na antiga colónia britânica.
A transferência de Hong Kong e Macau para a República Popular da China, em 1997 e 1999, respetivamente, decorreu sob o princípio “um país, dois sistemas”, precisamente o que os opositores às alterações da lei garantem estar agora em causa.
Para as duas regiões administrativas especiais da China foi acordado um período de 50 anos com elevado grau de autonomia, a nível executivo, legislativo e judiciário, sendo o Governo central chinês responsável pelas relações externas e defesa.
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