Na segunda-feira, a UE desafiou a China a permitir observadores em Xinjiang, que a comunidade internacional denuncia como sendo uma região onde o regime de Pequim tem perseguido e detido mais de um milhão de pessoas em “campos de reeducação” a minoria muçulmana uigur.
A China tem respondido que esses campos são “centros de formação profissional”, destinados a ajudar as pessoas a encontrar empregos e a libertá-las da tentação do extremismo religioso.
Liderada pelos Estados Unidos, a pressão internacional sobre Pequim tem vindo a aumentar e, na segunda-feira, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, propôs o envio de observadores independentes a Xinjiang.
“Sempre estivemos abertos para que os nossos amigos estrangeiros, incluindo os da União Europeia, venham visitar e ver Xinjiang”, disse hoje Wang Wenbin, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.
“A China aceita este desafio e está pronta para fazer as preparações (necessárias). A bola está agora no campo da UE”, disse Wang, numa conferência de imprensa.
Pequim rejeitou pedidos anteriores de acesso livre a Xinjiang e o porta-voz governamental não especificou em que condições os observadores europeus poderiam fazer uma eventual visita.
“No terreno, eles poderão perceber a realidade da situação, para desmentirem boatos e relatos tendenciosos que apenas dão crédito a mentiras cuidadosamente inventadas por alguns”, explicou Wang Wenbin.
“Mas deixe-me enfatizar um ponto: opomo-nos a qualquer suposta investigação que se baseie na presunção de culpa”, concluiu o porta-voz.
A China já tinha convidado o jogador de futebol alemão Mesut Özil, em dezembro, para vir visitar Xinjiang, após uma violenta condenação à política de Pequim sobre os uigures, por parte deste jogador de origem turca à política de Pequim.
Os Estados Unidos anunciaram segunda-feira que bloquearão a importação de uma série de mercadorias da região, acusando as autoridades chinesas de terem recorrido a “trabalhos forçados” para a sua produção.
Wang Wenbin aproveitou hoje para reagir a esse anúncio, criticando a medida de Washington como sendo “intimidadora” e dizendo que se baseia em ideias “forjadas”.
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