“Vamos estabelecer todos os mecanismos para assegurar a unidade nacional” contra o projeto israelita, afirmou o secretário-geral da Fatah, Jibril Rajub, na conferência de imprensa com Saleh al-Aruri, quadro do Hamas, que falava em videoconferência a partir de Beirute.
“Afirmo que a posição da direção do Hamas é pelo consenso nacional. Esta conferência de imprensa conjunta também é uma oportunidade para começar uma nova etapa ao serviço do nosso povo nestes momentos perigosos”, reforçou Aruri.
A Fatah, partido laico no poder na Cisjordânia, e o Hamas, movimento islâmico que governa a Faixa de Gaza, estão de costas voltadas desde 2007, ano em que o Hamas tirou o controlo do enclave palestiniano à Fatah numa quase guerra civil, um ano depois do movimento islâmico ter ganho as legislativas.
Todas as tentativas de reconciliação desde então têm falhado.
Para o analista palestiniano Ghassan Khatib, a conferência de imprensa conjunta é “significativa por si só porque mostra a importância da questão da anexação para palestinianos de diferentes tendências políticas”.
O Hamas e a Fatah consideram tratar-se de um projeto “muito perigoso” e “suficientemente importante para deixarem de lado as suas diferenças”, considera Khatib.
O movimento islâmico tinha apelado recentemente à “união da classe política” palestiniana face ao plano norte-americano para o Médio Oriente, rejeitado pelos palestinianos desde que foi apresentado no final de janeiro e também criticado pela ONU, a União Europeia e a Liga Árabe.
O plano dos Estados Unidos prevê a anexação por Israel de colonatos e do vale do Jordão na Cisjordânia, território ocupado por Israel desde 1967, e a criação de um Estado palestiniano desmilitarizado num território fragmentado e reduzido e sem Jerusalém Oriental por capital, reivindicação de sempre dos palestinianos.
A Cisjordânia e a Faixa de Gaza, que distam cerca de 50 quilómetros, ficariam ligadas por um corredor.
O Governo de união do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, comprometeu-se na primavera a anunciar a partir de 1 de julho a sua estratégia para aplicar o plano da administração de Donald Trump, mas o chefe do governo continua em consultas com responsáveis norte-americanos e o projeto tem revelado divisões no executivo e além dele.
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