À chegada para participar na festa de Natal da Comunidade Vida e Paz, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu às questões dos jornalistas sobre os protestos dos "coletes amarelos", que hoje tiveram uma adesão mais fraca do que o esperado nas cidades portuguesas em que se realizaram.

"Eu penso que os portugueses reagiram com uma grande maturidade. Isto é, um povo com quase 900 anos e, portanto, não trocou a segurança da democracia por o que poderiam ser realidades aventureiras", começou por sublinhar.

Na opinião do Presidente da República, "genericamente os portugueses atuaram com uma grande sensatez".

"O que têm a exprimir, exprimem em eleições. Vão ter eleições daqui a cinco meses e, depois daí, a mais uns meses. Se gostam, gostam. Se não gostam, não gostam e escolhem outra realidade que gostem mais", disse.

Para Marcelo Rebelo de Sousa, os portugueses "percebem que, estar a reproduzir, ainda que seja por imitação, realidades que se verificam noutros países, noutro contexto, com violência, à margem do sistema", não faz parte da maneira de ser do povo português, considerando ser "sinal de bom senso".

"Houve pontualmente manifestações. Eu próprio quis observar o que se passava e passei agora a conduzir o meu automóvel pelo Marquês de Pombal, às 18:31, para ver mesmo o que estava a acontecer. Não havia manifestação em frente do Palácio de Belém", relatou ainda.

Cerca das 17:30, cerca de 30 manifestantes do movimento "coletes amarelos" permaneciam junto da praça Marquês de Pombal, em Lisboa, sem sinais de desmobilizar, mas também sem tomar qualquer iniciativa.

Outro protesto que estava convocado nas redes sociais, junto ao Palácio de Belém, também em Lisboa, para as 17:30, mobilizava, uma hora depois, apenas quatro pessoas e poucos agentes policiais.

A manifestação dos "coletes amarelos" teve hoje de manhã uma fraca adesão, mas provocou alguns condicionamentos de trânsito, tendo a polícia identificado 12 pessoas, no Porto e em Coimbra, e detido três manifestantes em Lisboa, na sequência de desacatos.

Os protestos dos "coletes amarelos" em Portugal foram convocados por vários grupos através das redes sociais, com inspiração nos movimentos contestatários das últimas semanas em França.