Quase três meses depois de vencer a segunda volta das eleições presidenciais chilenas, realizada a 19 de dezembro, o reformista de esquerda Gabriel Boric recebeu a faixa presidencial das mãos do novo presidente do Senado, o socialista Álvaro Elizalde, no salão de honra da câmara alta do parlamento, tornando-se assim, com apenas 36 anos, o mais jovem chefe de Estado da história do país.
Sorridente, o líder progressista subiu ao estrado, onde recebeu um abraço do seu antecessor, Sebastián Piñera, saudou os militares e representantes presentes e prestou juramento sem gravata.
“Perante o povo e os povos do Chile, sim, prometo”, declarou Boric, em mais um gesto de alguém procedente da localidade austral de Magallanes, com consciência da diversidade étnica, nacional e indígena do país.
Em seguida, assinou as diversas atas protocolares e recebeu das mãos do Presidente cessante a estrela de O’Higgins, símbolo do poder no Chile, que aquele prendeu na faixa presidencial encomendada por Boric a um sindicato de costureiras surgido da contestação popular que em 2019 pôs o país ao rubro.
Antes da cerimónia, à qual chegou de mão dada com a mulher, Irina Karamanos, o novo Presidente da República chileno tirou a fotografia oficial no palácio de Cerro Castillo, numa ocasião também cheia de simbolismo relacionado com as suas linhas mestras de ação: ecologia, feminismo, economia social e diversidade.
Depois, os novos ministros foram empossados no Congresso, com a responsável da pasta do Interior, a médica de 35 anos Izkia Siches, como primeira mulher a ocupar o cargo.
Esta tarde, está previsto que Gabriel Boric, que foi hoje acompanhado por uma dezena de chefes de Estado, entre os quais os Presidentes do Peru, Pedro Castillo, e do Paraguai, Mario Abdo Benítez, e o rei de Espanha, Filipe VI, regresse a Santiago e dirija as suas primeiras palavras como Presidente ao povo chileno a partir de uma das varandas do Palácio de la Moneda.
Em representação de Portugal, marcou presença na cerimónia de posse o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.
À margem do programa oficial, Santos Silva encontrar-se-á com representantes da comunidade portuguesa naquele país, com empresários e personalidades do meio político e académico.
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