"Há uma base de entendimento sobre quais serão os serviços mínimos nos próximos dias”, disse Gustavo Paulo Duarte, Presidente da ANTRAM, à saída do gabinete de Pedro Nuno Santos, Ministro da Infraestruturas e Habitação.

De acordo com o líder da ANTRAM, nos serviços mínimos está previsto um abastecimento a 100% de “aeroportos, hospitais, tudo o que tenha impacto na sociedade civil, como bombeiros, polícia de segurança", não se prevendo "cortes nestes abastecimentos”.

Está ainda previsto que se realize “30% do abastecimento habitual nos grandes centros de consumo”, segundo Gustavo Paulo Duarte.

Na origem desta reunião está a greve nacional dos motoristas de matérias perigosas, que começou às 00:00 de segunda-feira, e que foi convocada pelo SNMMP, por tempo indeterminado, para reivindicar o reconhecimento da categoria profissional específica.

No entanto, para o presidente da ANTRAM, só é possível negociar depois de ser levantada a greve. “A ANTRAN não pode aceitar uma negociação sobre pressão, portanto esperamos que o sindicato levante a greve. A ANTRAN já mostrou a sua disponibilidade para se sentar e conversar”, avançou Gustavo Paulo Duarte.

Rejeitando o processo com que foi conduzido o protesto, com "primeiro uma greve e depois o diálogo", a ANTRAM disse que era necessário "apelar ao bom senso das pessoas que estão ainda em greve porque é uma atividade demasiado importante para ser gerida desta forma".

Perante as condições impostas pela ANTRAM, Pedro Pardal Henriques, vice-presidente do SNMMP, deixou clara a posição do sindicato: “até reunirem connosco, a greve continuará”.

“A primeira conclusão que chegámos nesta reunião foi a promessa da ANTRAM de que estava disponível para conversar connosco", avançou Pardal Henriques, dizendo que o sindicato pretende também com a ANTRAM e destacando que este está a " defender os trabalhadores e não contra as empresas”.

O vice-presidente do SNMMP assegurou que "o cumprimento dos serviços mínimos previstos na requisição civil sempre foi a nossa intenção”.

“A requisição civil determina que as empresas sinalizem o número de funcionários necessários para cumprimento dos serviços mínimos (…) e a ANTRAM disponibilizou-se para enviar ainda hoje essa listagem. Caberá ao sindicato indicar os trabalhadores que irão fazer o cumprimento dos serviços mínimos” estando na primeira linha os que não aderiram à greve, informou vice-presidente do SNMMP.

Quanto ao abastecimento civil, Pedro Pardal Henriques declarou que será apenas nas cidades de Lisboa e Porto, antecipando problemas no abastecimento no resto do país.

Após a requisição civil, os militares da GNR mantiveram-se de prevenção em vários pontos do país para que os camiões com combustível pudessem abastecer e sair dos parques sem afetarem a circulação rodoviária.

Gerou-se a corrida aos postos de abastecimento de combustíveis provocando congestionamento nas vias de trânsito.

A greve deixou o aeroporto de Faro sem ser abastecido desde segunda-feira e o de Lisboa desde hoje, com a ANA a admitir "disrupções operacionais".

O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) apelou aos cidadãos para que deem prioridade aos veículos de emergência médica nos postos de abastecimento, explicando que todas as viaturas foram atestadas de manhã.