O cocó de galinha como forma de evitar ajuntamentos
O combate à pandemia na Suécia tem sido tudo menos ortodoxo. Primeiro, o plano nacional baseado na imunidade de grupo e assente em medidas de distanciamento social como medida de prevenção, agora a fertilização do parque central da cidade de Lund, no sul do país, com cocó de galinha para evitar ajuntamentos.
Tudo aconteceu a 30 de abril, altura em que se celebrou o Walpurgis Night, a transição da escuridão para a claridade, do inverno para o período de primavera e verão e que normalmente é celebrado com piqueniques e festas com milhares de pessoas. No caso de Lund, essa celebração acontece no parque central da cidade. Para evitar qualquer impulso daqueles que possam querer ignorar as normas de distancimento social por uma noite, a Câmara Municipal decidiu fertilizar o parque com uma tonelada de dejetos de galinha, deixando no ar um cheiro pouco convidativo.
“Neste parque costumam juntar-se cerca de 30 mil pessoas, o que com a pandemia da Covid-19 é impensável, disse o presidente de Câmara da cidade Philip Sandberg à Reuters. “Não queremos que Lund seja o epicentro da doença”.
Suécia: 22.721 infetados com o novo coronavírus | 2.769 óbitos registados
Uma cidade que quer ser uma esplanada
A capital da Lituânia anunciou um plano para transformar a cidade numa enorme esplanada. O objetivo é permitir a reabertura de cafés, bares e restaurantes garantindo condições para que os clientes possam cumprir as regras de distanciamento social.
O país do Báltico iniciou a semana passada o processo de desconfinamento com a reabertura de grande parte do comércio sob várias regras. Por exemplo, as lojas devem permitir a entrada nos seus estabelecimentos de um número limitado de clientes, o uso de máscara é obrigatória em espaços públicos e os cafés e restaurantes foram obrigados a colocar as mesas a dois metros de distância umas das outras.
Este último ponto tornou-se num verdadeiro problema para vários estabelecimentos do setor com espaços limitados que apenas lhes permitiriam receber um número muito reduzido de clientes, ao ponto de não compensar a reabertura ao público. Para contornar o problema a Câmara Municipal da capital da Lituânia convidou os restaurantes, bares e cafés a colocarem mesas nas ruas e praças, sem que seja cobrada qualquer taxa municipal, para assim poderem receber mais pessoas e cumprir as regras de distanciamento.
A ideia é que que a economia não pare ao mesmo tempo que não se descura a saúde pública.
Outra iniciativa da autarquia pode-nos dar uma pista de quem vão ser os clientes nos próximos tempos, isto depois de a Câmara ter distribuído vouchers no valor de 400 euros aos profissionais da saúde para ser gastarem nos estabelecimentos de restauração da cidade. Uma forma de agradecimento pelo serviço prestado ao país.
Lituânia: 1.419 infetados com o novo coronavírus | 46 óbitos registados
Comer mais batatas fritas não mata o vírus, mas pode ajudar a economia
Na Bélgica, onde as batatas fritas são património gastronómico, os produtores de batatas vivem tempos de crise ao não conseguirem escoar o produto, devido à crise provocada pelo novo coronavírus, que obrigou ao encerramento de vários mercados e restaurantes que permitiam escoar o produto.
Atualmente, e segundo associação belga de produtores de batatas Belgapom, há neste momento 750 toneladas de batata em armazéns à espera de irem para o mercado. As dificuldades provocadas pelas atuais circunstâncias levaram Romain Cools, da associação, a propor que as pessoas comam "batatas fritas duas vezes por semana, em vez de só uma".
Anualmente, são exportados da Bélgica para mais de 100 países do mundo mais de 1.5 mil toneladas de batatas e derivados, incluindo batatas fritas congeladas.
Para já, 25 toneladas das batatas que correm o risco de apodrecer em armazéns se não forem consumidas, vão ser oferecidas pela Belgapom a um banco alimentar em Flandres.
Em relação ao excedente, poderá vir a ser utilizado para a produção de biocombústivel para a produção de eletricidade e como forma de evitar perdas ainda mais drásticas no setor.
Bélgica: 50.267 infetados pelo novo coronavírus | 7.924 óbitos registados
Desinfetar as praias com lixívia? Uma ideia que não devia ter passado disso
Em Espanha, mais concretamente em Zahara de los Atunesem, em Cádis, três tratores com líxivia diluída em água percorreram o areal para desinfetar a praia. A ação foi resultado de uma iniciativa conjunta levada acabo pelos comerciantes locais e a Junta Vecinal com o objetivo de fazer da praia uma zona segura para as crianças da zona poderem passear.
O resultado não poderia ser mais crítico, segundo a presidente da associação de voluntários ambientais de Trafalgar, já que nem os insetos daquele ecossistema resistiram à desinfeção.
A associação afirma que, depois de quase 40 dias sem a presença humana, a vida animal se tinha intensificado naquela praia, revelando que se perdeu tudo com aquela intervenção. Por exemplo, o Borrelho-de-coleira-interrompida, uma ave que deposita ovos na areia, viu cerca de 20 ninhos serem destruídos.
Para além das repercussões ambientais da infeliz ideia, soube-se mais tarde que não foi pedida a devida autorização para proceder à limpeza do areal, pelo que o Governo Regional de Andaluzia abriu uma investigação para apurar os factos.
O presidente da Junta Vecinal admitiu o erro, assumindo as boas intenções, mas nada apaga o que já foi feito.
Espanha: 248.301 infetados pelo novo coronavírus | 25.428 óbitos registados
Uma linha para denunciar quem não cumpre o distanciamento social - e que correu mal
Em Nova Iorque, centro da pandemia do novo coronavírus nos Estados Unidos, o mayor Bill de Blasio fez questão de elogiar os nova-iorquinos pela capacidade de cumprimento das normas de prevenção e distanciamento social.
No entanto, a Câmara da cidade convidou todos a denunciarem os incumpridores enviando uma foto e descrição da denúncia para o número 311, dedicada a situações de não emergência, ou para a aplicação com o mesmo nome.
A ideia era que esta fosse uma medida complementar à atuação das autoridades, que podem passar uma coima até 500 dólares a quem não cumprir as medidas de distanciamento ou até mil dólares para reincidentes.
Problema? A linha foi inundada de memes e comentários políticos dirigidos ao mayor. Vários apoiantes de Donald Trump não concordam com as medidas de confinamento que têm sido levadas a cabo.
Nova Iorque: 327.374 infetados pelo novo coronavírus | 24.944 óbitos registados
Tecnologia dá uma mãozinha aos construtores norte-americanos
A ferramenta chama-se Proximity Trace e pode vir a ser um utensílio para os trabalhadores do setor da construção civil neste período pós-confinamento. Basicamente, trata-se de um dispositivo colocado no capacete que emite um alarme se dois trabalhadores estiverem a menos de dois metros um do outro.
A ferramenta pode vir a ser utilizada nos Estados Unidos e traz ainda a possibilidade de seguir os contactos que um trabalhador teve no local da obra caso seja diagnosticado com covid-19.
Um diploma para levar, por favor
Nos Estados Unidos, milhares de estudantes universitários não podem ter a sua tradicional cerimónia de fim de curso devido às restrições de distanciamento social. Perante a impossibilidade, as instituições escolhem os seus caminhos, umas esperam e reagendam o evento e outras reinventam-se, como é o caso da George County High School, no sul do estado Mississippi onde a festa se fez nos carros.
Basicamente, cada aluno finalista recebeu dois bilhetes para a cerimónia, cada um válido para um veículo. Uma vez chegados ao evento, apenas os finalistas podiam sair dos carros, um a um, e a subir a um palco vazio para receber os diplomas. No momento da entrega, o veículo que acompanha o estudante avança e para à frente do palco para, momentaneamente, aplaudir e tirar fotografias.
Os alunos não se mostraram satisfeitos, afirmando que era preferível esperar até que se pudesse fazer uma cerimónia com toda a gente.
EUA: 1.211.745 infetados com o novo coronavírus | 69.703 óbitos a registar
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