"[…] A Comissão não exige que esta secção seja de alta velocidade. Todavia, o direito da União exige que a infraestrutura ferroviária principal da Rede Transeuropeia de Transportes (RTE-T), à qual pertence a secção Évora-Mérida, cumpra determinados padrões de desempenho, incluindo a eletrificação total e a execução do Sistema Europeu de Gestão do Tráfego Ferroviário (ERTMS) e no que se refere ao comprimento dos comboios, à carga por eixo e à velocidade da linha”, afirmou o porta-voz.

“É, agora, tempo para executar e produzir resultados”, acrescentou Enrico Brivio.

Um esboço da Comissão Europeia do futuro troço ferroviário entre Évora e Mérida faz menção ao “importante elo em falta na ligação ferroviária entre Lisboa e Madrid”, mas fonte comunitária afirmou que a alta velocidade é uma “visão”.

Questionada pela agência Lusa sobre a inscrição da frase segundo a qual a “secção transfronteiriça tratará (do inglês ‘will adress’) um importante elo em falta na conexão de alta velocidade ferroviária entre Lisboa e Madrid”, fonte comunitária tinha garantido esta manhã que o cenário em Portugal é “uma visão, uma orientação”.

“Talvez um dia”, respondeu a mesma fonte à pergunta sobre se a alta velocidade ferroviária chegará a Portugal, acrescentando que outras questões a entrar na equação são a necessidade de financiamento elevado e avaliação ambiental.

Esta manhã, num encontro com jornalistas, à margem da conferência sobre transportes, na Eslovénia, fonte europeia precisou que Bruxelas deveria anunciar, através da rede social Twitter, os passos e as fases do calendário para a ligação em “comboio de alta velocidade” entre Évora e Mérida.

Depois, o ministro do Planeamento e Infraestruturas, Pedro Marques, garantiu que Bruxelas decidiu sobre uma linha "de alto desempenho para mercadorias” e não há qualquer investimento atual em comboio de alta velocidade para passageiros.

O governante indicou à Lusa que o “projeto inicialmente pensado teria três linhas, duas delas estariam dedicadas à alta velocidade de passageiros e uma à ferrovia de mercadorias”, mas a “linha que está em implementação agora, desse projeto maior, é a ferrovia de mercadorias”.

Questionado sobre o que está em causa acerca de “alto desempenho”, o ministro explicou que “se está a falar de linha nova, que tem um corredor e uma plataforma competitiva, que permitirá bons desempenhos e, sobretudo, permitirá diminuir significativamente o transporte desde os portos portugueses até Espanha, até Mérida ou até Madrid”.

Pedro Marques notou ainda que o investimento na ferrovia de mercadorias “vai ser objeto da primeira decisão formal da Comissão Europeia das chamadas decisões de implementação”, validando assim a escolha feita e por ser um “projeto transnacional, de tanta importância no corredor Atlântico”.

Antes, a comissária Violeta Bulc tinha informado que acabava de sair de uma “reunião importante e especial com os ministros dos Transportes de França, Espanha e Portugal, que concordaram em avançar com os elos em falta [‘missing links’] dos corredores e que, em especial, os corredores de mercadorias vão servir não apenas os países, mas as necessidades da União Europeia (UE)”.

A posição de Bruxelas diz respeito a 17 quilómetros: sete quilómetros entre Elvas/Caia e a fronteira e 10 entre Badajoz e a fronteira com Portugal.

O segundo plano de trabalho para o corredor Atlântico da rede transeuropeia prevê que a ligação Évora-Mérida “deva estar operacional na data mais cedo possível e, em qualquer caso, em 2030, o mais tardar”.

O orçamento estimado para o projeto é de 500 milhões de euros, sendo que “os projetos implementados ou planeados até agora valem aproximadamente 390 milhões de euros”, lê-se.

O documento detalha várias datas para finalização de fases do processo, com a última a ser 31 de dezembro de 2025 para terminar a terceira fase dos trabalhos com o arranque do sistema europeu de gestão de tráfego ferroviário (ERTMS).

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