“São atentados repugnantes contra pessoas inocentes que estavam simplesmente, como crentes, a cumprir os seus deveres religiosos. Tal atrocidade não tem qualquer justificação plausível. Só ódio pode levar a um tal extremo”, afirmou, numa nota enviada à agência Lusa, Abdool Vakil, salientando que “não há palavras para classificar atos destes”.
Abdool Vakil disse ainda que na oração semanal das 12:00 de sexta-feira, na Mesquita Central de Lisboa, foi feita uma prece pelas vítimas destes atentados e pelas suas famílias.
O australiano nacionalista branco Brenton Tarrant, de 28 anos, é o suposto responsável pelos ataques à Mesquita Al Noor, perto do Jardim Botânico, e à vizinha mesquita de Linwood, que causaram na sexta-feira 49 mortos e quase meia centena de feridos, incluindo crianças, em Christchurch, na Nova Zelândia.
Das vítimas do ataque, 39 feridos permanecem hospitalizados, 11 deles na unidade de cuidados intensivos, incluindo uma criança menor de dois anos.
“O homem atualmente enfrenta uma acusação de assassinato, mas obviamente vamos formular mais”, disse a primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, em conferência de imprensa.
O gabinete da primeira-ministra confirmou que recebeu de Tarrant, por email, uma cópia do manifesto em que expunha a sua ideologia extremista e justificava a sua ação, menos de 10 minutos antes de iniciar o ataque à primeira mesquita.
Tarrant, que transmitiu ao vivo durante 17 minutos os disparos, é um dos três presumíveis envolvidos nestes ataques islamofóbicos.
Os outros dois suspeitos permanecem sob custódia enquanto a polícia investiga o seu envolvimento no caso.
Christchurch está hoje sob um forte dispositivo de segurança, com as áreas das mesquitas isoladas para trabalhos policiais, e as autoridades anunciaram uma reforma legal para regulamentar o uso de armas.
“As nossas leis sobre armas vão mudar”, disse a primeira-ministra, explicando que, após as tentativas de as reformar em 2005, 2012 e 2017, “agora é a hora de fazê-lo”.
A primeira-ministra, que durante o dia de hoje visitou feridos no hospital e membros da comunidade muçulmana de Christchurch, disse que esperava que todos os mortos fossem identificados antes do final do dia e a remoção dos corpos que ainda se encontram nas mesquitas para os devolver às suas famílias.
Também disse que o seu governo trabalha em conjunto com as autoridades de vários países para repatriar as vítimas, como a Jordânia, Índia, Paquistão, Bangladesh e Síria.
Christchurch, com cerca de 376.700 habitantes, é a maior cidade da Ilha Sul da Nova Zelândia e a terceira maior cidade do país, localizada na costa leste da ilha e a norte da península de Banks. É a capital da região de Canterbury.
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