Em comunicado enviado à agência Lusa, o município covilhanense esclarece que a posição foi transmitida numa audiência da Comissão Parlamentar do Ambiente, Ordenamento do Território, Descentralização, Poder Local e Habitação, que decorreu, na terça-feira, na Assembleia da República, e onde estiveram presentes os presidentes das câmaras municipais da Covilhã e do Fundão, da União de Freguesias Barco e Coutada (Covilhã), das juntas de freguesia de Silvares e de Lavacolhos (Fundão), bem como Maria do Carmo Mendes, primeira subscritora da petição que solicita a adoção de medidas com vista à preservação da serra da Argemela, contra a extração mineira.
"A posição dos autarcas foi clara: repúdio total da atribuição de licença de exploração mineira na Argemela”, aponta a nota de imprensa.
Segundo a informação, durante a sessão, o presidente da Câmara da Covilhã, Vítor Pereira (PS), reafirmou a necessidade de "sopesar as vantagens de natureza económica, social e as implicações no que diz respeito aos dados colaterais de uma exploração mineira".
"Estamos a falar de uma exploração a céu aberto, em socalcos, com recurso a explosivos e processamento de minerais com substâncias tóxicas", disse o autarca, que também lembrou que o rio Zêzere está situado perto da área a concessionar e que este "vai desembocar na Barragem de Castelo de Bode, que, como todos sabem, abastece Lisboa”.
Para o autarca, "são reais as preocupações quanto à contaminação dos lençóis freáticos, dos cursos de água e dos solos agrícolas".
"Lutamos por mais investimento na nossa região, mas não é sedutora uma exploração desta natureza. Empregos sim, mas não a qualquer custo. Temos o direito de preservar a nossa paisagem e propiciar saúde e felicidade às nossas populações. Trocar uma montanha verdejante por uns quilos de minério? Não, obrigado", acrescentou Vítor Pereira.
O processo para a concessão mineira de uma exploração foi iniciado em 2011, sendo que no início de 2017 foi publicado o pedido de atribuição de concessão por parte de uma empresa privada, o que foi contestado pela população, autarcas e diferentes partidos políticos.
Em abril, numa resposta a questões apresentadas pelos deputados socialistas eleitos pelo círculo de Castelo Branco, o Governo garantiu que ouvirá "populações e as autarquias abrangidas antes de tomar qualquer decisão".
"Qualquer evolução do processo, depois de ouvidas as autarquias, obrigará à existência de estudo de impacto ambiental onde todas as questões devem ser avaliadas e propostas as medidas de minimização e compensação de eventuais impactes negativos", referia a resposta do gabinete do ministro da Economia.
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